Sentimentos Inquietantes.

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Os olhos dele estavam sobre ela quase sempre que se encontravam. Ela havia percebido isso depois do jantar com o clube do Slug umas cinco noites antes, e então com o decorrer da semana as coisas foram se tornando mais estranhas.

Ele passava pela biblioteca em seus passos lentos, e seus olhos que exalavam mistério sempre procuravam pelos dela. Hermione sabia ser os dela porque toda a vez que ele a encontrava estudando ou fazendo alguma lição, ele passava alguns minutos mais fingindo pegar algo, e saía de mãos vazias, mas lhe dava um olhar profundo e elevar de sobrancelhas. Um que poderia significar; porquê está me olhando sangue-ruim? Mas que não significava isso porque quem deveria perguntar isso a ele era ela.

Como qualquer adolescente cheia de hormônios e preocupações, ela começou a criar paranóias, imaginar se ele sabia seus segredos, seus planos, ou se tinha lido seu "diário". Ela se lembra que o mesmo ficou desaparecido por alguns dias, e que ele sendo do time da Sonserina costumava estar constantemente no Campo de Quadribol, então isso era o mais fácil de se acreditar, e pelo que ela mais rogava a Merlin que não acontecesse. 

Mas depois de vários dias, ela simplesmente não tinha resposta alguma do porquê Blásio Zabine estava rondando-a como uma águia sedenta. 

Já passava das três da tarde quando a morena saiu apressada de sua aula de Aritmância, correndo com pressa pelos corredores de pedra como uma louca, e então ia escadas acima em direção do Corujal, lembrara-se sobre o aniversário de seu pai, e precisava enviar a ele um cartão ao menos, como fazia todos os anos, desde que fora escolhida para estar na escola de Magia e Bruxaria.

O suor já brilhava em sua testa com um rastro quando ela alcançou o piso do Corujal alguns minutos depois, o bilhete em seu bolso jazia, no entanto, intocável e suas letras florais estavam impecáveis como ela queria que estivessem. Hermione sorriu enquanto relia o bilhete, sentindo-se saudosa e certa de que aquele natal, ela passaria com seus pais, nada de Toca, ou qualquer outro lugar longe de sua casa simples e sem magia. Ela precisava se "desintoxicar" daquele mundo que às vezes a tirava dos eixos.

Para completar sua decisão sobre isso; Rony estava sendo um perfeito idiota como de costume e eles não estavam se falando normalmente desde o jantar de Slughorn, e para ser sincera, ela não estava muito preocupada com isso, sua cabeça estava tão enfiada em seus deveres e testes, que lidar com a infantilidade de Ronald não era sua prioridade no momento. Merlin sabe que ela o amava mesmo, mas absolutamente não tinha tempo para esses joguinhos com ele, não mais, ou não agora, pelo menos. 

Deixando o ar sair com mais calma, a morena dos olhos de brasa se aproximou de uma coruja de pelagem cinza, como aquele dia, e passou as pontas de seus dedos em sua cabeça, acariciando calmamente. A ave fechou seus olhos apreciando o toque e então Hermione colocou em sua pata o bilhete para seus pais, tirando a ave do poleiro e levando-a em seu antebraço até a janela, dando as orientações necessárias.

— Tenha uma boa viagem. — ela disse largando a ave que alçou vôo imediato enquanto a castanha observava ela cortar o céu e se afastar, torcendo para que sua mensagem chegasse a tempo.

Ela ficou algum tempo mais apenas escutando o vento batendo contra as paredes de pedra, e o chiado das corujas que era incessante. Então, quando pronta para retornar às suas aulas restantes ela se deparou com ele.

Estava parado próximo a porta, e ele foi tão silencioso que ela sequer o escutou chegar. Ele possuía um cigarro trouxa entre seus lábios, e seus olhos negros estavam sob ela de forma intensa.

Instantaneamente, ela deu passos atrás.

— O que está fazendo? — ela perguntou, olhando para ele de forma avaliativa, tentando não transparecer a confusão que estava se passando dentro dela, ou seria medo?

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora