Quando amanheceu no dia seguinte, Draco sequer tinha pregado os olhos. O Sonserino passou a noite em claro tentando mirabolar um plano suficientemente esperto para pegar o bruxo mais poderoso de todos os tempos, e não ser preso, ou morto.
A noite anterior tinha lhe rendido boas risadas, e ele tinha conseguido descarregar suas frustrações em ninguém menos que Harry Potter. Aquele bastardo realmente achava que poderia ser mais inteligente que ele e o espionar? Pois ele mostrara que não em poucos minutos.
Ainda era cedo demais para que o café já estivesse pronto, então ele ficou deitado, olhando para o teto, pensando o quanto sua vida era medíocre, e o quanto que infernizar os outros tornara-se quase como sua válvula de escape.
O fato de Draco não ter pregado os olhos não afastou as imagens daquela bruxa maldita de sua cabeça. Ele ficou com a lembrança dela depois de terem se encarado ainda no Salão Principal, durante o jantar. Mas tudo era entre eles parecia estranho. Ele se lembrava de tudo o que viveram, do que haviam dito, e de como ele se sentia outro perto dela, afinal não tinha sido obliviado. E se recordava de possuir um sentimento referente a ela dentro dele, e era paixão, sabia disso perfeitamente, no entanto, ele não conseguia sentir-lo no topo com antes. Era como se o mesmo tivesse bloqueado, ou soterrado diante de todo ódio que atravessou suas veias da noite para o dia. Era quase como se ele fosse duro, que os sentimentos tivessem ficado num passado que agora parecia longínquo… E a julgar pelos olhares trocados desde que haviam se reencontrado no Beco Diagonal, ela também estava disposta a se afastar, o que para ele não era ruim, uma vez que ela tinha o dom de fazê-lo se perder, e ele precisava mais do que nunca estar focado para ter êxito.
Virou-se na cama, e puxou a barra da camisa de manga comprida para cima, observando outra vez aquela marca brilhar diante de seus olhos cinzentos. Toda vez que fazia isso, era com a esperança de poder ver seu braço alvo de novo, de que tudo o que havia vivido no verão nunca tivesse acontecido, que fosse apenas um pesadelo.
Quanta tolice!
Lá estava ela, sua nova aliada, tão negra como tudo que significava. Tão pesada para seu corpo tão jovem carregar.
Suspirou. Cobrindo-a com raiva.
Repentinamente, e ele se assustou com isso, a marca começou a arder, ardeu tanto que ele teve que se segurar para não soltar o uivo de dor e não acordar os outros estudantes com o qual dividia o dormitório. Junto a ardência, aquelas malditas vozes que haviam se calado durante todo o dia anterior, sussurraram em seus ouvidos: “é hora de começar”. E, tão repentinamente quanto viera, a ardência se fora, e ele sabia, Voldemort não estava para brincadeiras.
Resignado, ele se levantou da cama num arranco, e decidiu tomar um longo banho.
Algumas horas mais tarde, depois de tomar seu café, ou tentar enfiar alguma coisa para dentro do estômago embrulhado, Draco se dirigiu para as masmorras, para a primeira aula do dia, que seria de poções, com o novo professor colecionador de troféus, já que Snape agora ensinaria DCAT, como almejou por anos a fio.
Ele esperou perante a porta, juntamente aos outros alunos que cursariam aquela matéria para seus N.I.E.M.s., e pôde ver, entre todos, Granger, Weasley e Potter também esperando. Ele revirou os olhos no mesmo instante que Slughorn abriu a porta e deu a eles passagem.
A sala que uma vez fora escura e sombria por conta da personalidade igual ao antigo ocupante, agora era mais “aberta”, com maior claridade, e havia também vários caldeirões com suas poções borbulhantes, e seus cheiros inebriantes, soltando respingos e vapores para todos os lados. Quando passou por perto de uma poção rosa e levemente dourada que borbulhava insistentemente, ele pensou sentir cheiro de couro, maçã verde, amêndoas e canela.
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Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]
FanfikceNada será igual depois desta noite. Um vestido bonito, um baile, uma conversa e uma confissão; podem mudar para sempre a vida dos dois. (Também postado no Spirit)