Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]

Sorrisos.

A noite caía lentamente nos terrenos da escola, o céu ia perdendo seu tom azul celeste e mergulhava por alguns minutos em um laranja até chegar ao fundo de um azul escuro.. Era lindo de se observar, parecia por vezes aquele mesmo céu enfeitiçado que enfeitava os jantares no Salão Principal.
As aulas já haviam terminado, os alunos já estavam em seus Salões Comunais esperando a hora do jantar. Outros entretanto conversavam animados nos jardins e pátios, ou quem sabe até tenha alguns se aventurando na biblioteca..

Mas ele não. Ele estava ali, na parte oeste do castelo, apenas observando como o céu era envolvente e misterioso, como era interessante e curioso. Decerto uma das maravilhas do mundo, tanto bruxo quando trouxa. Era estranho para ele pensar em como as pessoas conseguiam viver sem magia, como faziam coisas sem magia.. Como conseguiam ignorá-la com tanta facilidade, o termo “trouxa” dos trouxas realmente cabia à eles.

Sua atenção então foi desfocada do céu para o chão. Um pouco de dificuldade ele teve para saber o que estava acontecendo lá embaixo.. Porém ele não ia deixar de lado, se lhe tirou a atenção do que fazia merece ser observado. Forçou a visão o máximo que pode, tentando desvendar o que se passava naquele escuro.. Conseguiu enfim saber o que era.. Havia no gramado uma garota, era aquela de pele acastanhada e cabelos crespos. Aquela de olhos castanhos quentes e sorriso doce. Aquela que ele conhecia por Granger. Ela apenas observava o céu encantada enquanto acariciava o pêlo do gato mais feio que Draco já tinha visto. Ele franziu o cenho olhando-a com curiosidade.

Draco ainda não tinha se esquecido do episódio de alguns dias atrás quando estava seguindo-a… Jurou para si mesmo e pelo nome da sua família que descobriria o que aquela sangue-ruim metida a espertinha estava tramando com seus amigos. Entretanto estava com receio de seguí-la novamente, Salazar sabe o quanto ela é agressiva.. Não bastasse o soco que lhe deu no Terceiro Ano, ainda lhe bate novamente no Quinto.

É uma espécie de ritual? Um ano bate, no outro deixa descansar para no seguinte bater de novo? Se for assim então o próximo ano é neutro.. O loiro se permitiu sorrir antes de seguir para as masmorras. Entretanto para chegar as mesmas tinha que passar justamente pelo gramado onde Granger estava..

Suspirou pesadamente antes de seguir seu caminho. Por mais que adorasse perturbá-la sabia que até mesmo uma sangue-ruim merecia um pouco de descanso e ele queria que ela realmente se esquecesse dele, pois assim o plano de seguí-la se tornaria mais fácil e quem sabe até mais seguro. Não era medo nem nada, mas aquela mãozinha pequena era pesada.

Caminhou lenta e caprichosamente até o gramado, tentado a todo custo não olhar para a garota deitada. Totalmente em vão. Não conseguiu resistir ao perceber que a mesma se encontrava de olhos fechados.. A feição, os traços.. Eram calmos e singelos e ele não se negou sorrir imaginando no que ela deveria estar pensando. Quis chegar mais perto, e ao tentar fazer isso acabou por pisar em um graveto, fazendo-a abrir os imensos olhos castanhos, dando de cara com o loiro perto dela, até demais.

— Malfoy? - ela perguntou sentando-se na grama - O que quer?

“Maldito graveto!” ele pensou. Estava perto demais daquela garota. Não queria estar, mas é tudo tão diferente quando se trata desta infeliz.

— Por Salazar, Granger! - ele disse fingindo espanto - Pensei que estava morta! - mentiu -

— O que te fez pensar isso? - ela questionou olhando desafiadora para ele, os olhos castanhos brilhando à pouca luz -

— Você estava aí toda desgrenhada.. - começou - Não que isso seja diferente do seu habitual mas você realmente me assustou. - ele disse, a voz arrogante e o olhar impassível - O que faz aqui? - a curiosidade foi maior -