Você é Você.

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Era sexta-feira à noite, e aquele dia ela tinha que acompanhar Rony em suas habituais rondas, dando detenções e tirando pontos de quem quer que fosse o aluno que estivesse fora da sua cama. Ainda havia neve lá fora, e o frio insistente pairava sobre toda a extensão da escola, apesar de tudo era bom. O silêncio confortável reinava diante dos dois amigos que andavam entediados pelos corredores vazios.

Toda essa quietude só dava mais espaço para que a pequena cabeça castanha, a mais inteligente da sua idade, fosse inundada de lembranças que ela preferia que fosse enterrada e que não viesse à tona nunca mais.

Eram daquela noite...

A noite em que ele a prensou na parede, em busca de resposta sobre o beijo no dia dos namorados, ela se viu em uma berlinda, e sendo orgulhosa tal como uma decente selecionada para a casa de Gryffindor, ela negou quaisquer que fossem seus sentimentos e desejos por aquele garoto estúpido, arrogante e metido. Não foi fácil, mentir na cara da serpente, enganar o predador, entretanto, nos poucos segundos que teve para raciocinar diante de uma proximidade perigosa, ela optou por mascarar as palpitações do coração e a insana vontade de agarrar-se àquele corpo pálido uma outra vez. Sim, era realmente um erro, querer ter seu corpo contra o daquele Sonserino, já que tudo que o mesmo fez durante anos foi apenas tentar se mostrar superior à ela e sua raça.

Um maldito erro que ela queria cometer e não era só uma vez. Mas não podia.

Que Deus a ajude!

E assim que decidiu que opção seguir e que mesmo que quisesse não podia tê-lo de novo, ela se arrependeu, mas as palavras que ele proferiu foram com toda a certeza as que mais doeram. Talvez até mais do que quando ela a chamou de sangue-ruim pela primeira vez. Quando ele sumiu da sua vista, ela deixou que toda sua dor fosse exposta em forma de lágrimas e soluços abafados, jurando para si mesma esquecer os arrepios que lhe varriam o corpo sempre que lembrava do beijo desesperado que trocaram no povoado bruxo.

Havia sido apenas a droga de uma aposta.

Uma semana inteira havia se passado desde o “triste” acontecimento de Hogsmead, desde esse tempo, Hermione pôde perceber que era dez mil vezes mais atacada por Draco e sua turminha do mal, que foi como ela decidiu chamá-los depois de uma noite em que eles a xingaram no corredor sem motivo aparente, derrubaram seus livros e pisotearam os pergaminhos. Um completo desaforo.

— Patéticos! - murmurou distraída -

— Que, Mione? - o ruivo perguntou olhando-a pelo canto dos olhos -

— Nada.. Eu apenas pensei alto demais. - ela disse dando de ombros nem sequer olhando para ele -

Um grunhido estranho quebrou o silêncio e a linha de pensamentos quando Hermione e Rony viraram um corredor no quarto andar. Os barulhos aumentavam à medida que eles se aproximavam de uma sala que tinha sua porta entreaberta. Um momento antes de atravessar a madeira e descobrir o que ou quem estava ali dentro, Hermione pediu internamente para que não fosse nada daquilo que estava pensando, ou mais especificamente aquele que ela pensava. Puxou a respiração do fundo de sua alma parcialmente pura, e entrou deparando-se com tudo aquilo que pediu que não fosse.

Estava em choque.

Dentro havia um Draco sem sua camisa com os cabelos bagunçados enquanto agarrava fervorosamente uma morena escandalosa que estava apenas de sutiã azul e saia perto dos seios. De primeira Hermione ficou imóvel e calada apenas observando como as mãos dele deslizavam pela pele branca, fazendo a garota - provavelmente uma Slytherin - gemer alto. Como os músculos e pele alva brilhavam à pouca iluminação do ambiente, como ele parecia ter sido esculpido pelos deuses dos atos sexuais. Mordeu o lábio olhando aquela cena quase erótica.

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora