Capítulo 9

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CAPÍTULO 9

Decidimos que iríamos a casa dos meus pais depois do almoço. Jackson me informou que precisava terminar uns relatórios e que alguém traria almoço para mim em seu escritório. Eu só precisava esperar lá.

Meu almoço foi entregue exatamente ao meio-dia. Acredite quando te disserem que britânicos são pontuais. Eles realmente são.

Consegui comer toda a comida, para minha surpresa. Quando terminei, voltei ao banheiro do escritório de Jackson para mais uma rotina de higiene, mas sinceramente, eu NECESSITAVA de um banho.

Não demorou muito para ele aparecer e informar que estávamos indo.

O caminho até a casa dos meus pais foi silencioso, apesar do som do carro ligado que ficava praticamente mudo com a tensão que tinha dentro daquele carro.

Uma hora e meia aproximada de viagem e as únicas palavras proferidas por Jackson foram vou parar aqui para abastecer, só vai levar um instante saindo do carro antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Às vezes parecia que ele de fato vestia uma armadura. Ele tinha uma mudança de humor constante. Quase como se estivesse cuidando para não deixar transparecer seu lado frágil, e atingindo o objetivo com louvor.

Devia ser extremamente cansativo viver assim... Mas ao mesmo tempo me ocorreu que jamais aconteceria com Jackson o que estava acontecendo comigo. Não, ele era cuidadoso demais para que um estranho invadisse sua casa ou o drogasse sem que ele percebesse.

Nós não fomos sozinhos. Um carro saiu do departamento com quatro agentes vinte minutos antes de nós.

Quando chegamos na casa dos meus pais eles já tinham entrado e verificado tudo afirmando que o lugar estava seguro. Eles disseram que ficariam do lado de fora vigiando a casa enquanto nós dois olhávamos tudo lá dentro.

A casa era perfeita, cada canto dela me lembrava os momentos felizes que tive lá e os momentos que seguiram após vagar de lar em lar. Tinha mais ou menos três meses desde a última vez que eu tinha vindo a casa checar se estava tudo em ordem.

A entrada era feita de um jardim de flores lilás e roxas que se misturavam no chão. Tinha uma escada de cinco degraus que dava na porta da frente. Era uma porta de madeira bem grande de cor azul marinho, como as janelas. A casa era de madeira branca. Fugia totalmente de qualquer arquitetura inglesa. Lembrava as casas que ficávamos toda vez que viajávamos no meu aniversário.

Logo na entrada da casa tinha um hall com espaço para pendurar casacos, guarda-chuvas e botas de inverno. O corredor que seguia dava para a sala principal que acomodava dois sofás marrons já um pouco desbotados pelo tempo, alguns quadros na parede, um abajur de chão, um puff perto a porta de vidro que dava para o quintal de trás e uma pequena mesa perto da parede com uma única cadeira.

Lembrei das vezes em que vi meu pai sentado ali fazendo a contabilidade do mês dizendo que estávamos gastando muito com cereais matinais, o que sempre arrancava um sorriso da minha mãe. Ao lado direito ficava a cozinha, nada muito espaçoso, na maioria das vezes quem cozinhava era meu pai e ele era bem prático com isso.

Tinha um pequeno escritório ao lado esquerdo da sala, entrei lá poucas vezes, era onde eles costumavam resolver as coisas de trabalho.

A casa era aconchegante demais, tudo ali ficava em seu devido lugar. Grande parte estava tomada pela poeira pesada pelo tempo que a casa estava fechada. Alertei Jackson sobre o escritório e entramos e começamos a vasculhar tudo.

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