CAPÍTULO 30

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CAPÍTULO 30

A equipe chegou em exatos dez minutos. Jackson tinha sido alertado para que desativasse todas as medidas de segurança, assim eles poderiam chegar e ir direto ao nosso encontro. Ele não tinha ficado muito feliz com isso, mas que outra opção nós tínhamos?

Fomos alertados de que teríamos uma equipe médica nos esperando no departamento. Era realmente necessário, o rosto de Jackson estava destruído, sangue para todo lado e eu podia jurar que seu nariz estava quebrado. Andy estava menos pior, mas tinha certeza que tinha alguma fratura nas costelas e a pancada que ele tinha levado com a vassoura nas costas também tinha machucado. Eu não estava muito diferente, mal tinha me recuperado e já tinha me machucado de novo. Meu ombro doía e minhas costelas latejavam. Cheguei a cuspir sangue algumas vezes enquanto esperávamos pela equipe e Jackson estava preocupado com alguma lesão interna.

Como previsto, eles isolaram o apartamento para análise e pediram para que pegássemos os itens necessários antes de sairmos, pois não poderíamos voltar nem tão cedo. Certamente o plano deles era nos alocar em algum apartamento do sistema de proteção a testemunhas, mas isso certamente não aconteceria se dependesse de Jackson.

Peguei uma mochila no apartamento e coloquei algumas peças soltas de roupa. Andy se aproximou, com a desculpa de me ajudar já que eu ainda estava em choque e na primeira oportunidade ele colocou todos os papeis dentro da mochila. Quando dei por mim, já estávamos a caminho do departamento.

O plano parecia simples: após o atendimento médico Jackson iria distrair a equipe questionando cada um deles como tudo tinha acontecido, Andy iria dar uma desculpa qualquer para ir até o laboratório e coletar todas as provas que tínhamos até agora sobre o caso. E eu, de alguma forma, ia dar um jeito de me enfiar na sala do Chefe e tentar achar algo útil.

Nada tinha sido falado sobre o Chefe até chegarmos ao departamento. Jackson reuniu toda a equipe na maior sala de interrogatório, incluindo eu, e começou a questionar todos ali como tudo aquilo tinha acontecido e foi só então que um dos policiais informou que o chefe tinha sido assassinado no dia anterior no próprio escritório, que também estava isolado. Bom, pelo menos isso me dava a ideia de que eu não encontraria ninguém lá quando fosse invadir a sala.

O primeiro policial a ser interrogado por Jackson era o mais novo da equipe. Ele estava visivelmente nervoso e falava sem se quer parar para respirar.

Ele deixou escapar que o chefe tinha sido encontrado morto em sua sala naquela manhã, mas que não tinham suspeitos até Jackson ligar informando sobre o que tinha acontecido no apartamento. Ele também falou que ninguém tinha nenhum palpite do motivo de Felton ter feito aquilo, muito menos o motivo de ele ter ido atrás de nós. Nada tinha sido falado sobre as drogas ou até mesmo sobre a filha do Felton. Jackson interrogou um por um, ali mesmo. A intenção era só enrolar todos eles.

Quando chegou no terceiro homem, sabendo que havia mais cinco pela frente, pedi a Jackson, na frente de todos, para me retirar e ir ao banheiro com a desculpa de que todo aquele sangue seco na minha cara estava começando a cheirar mal e eu precisava me limpar. Para parecer convincente nós tivemos uma pequena discussão sobre ninguém poder deixar aquela sala antes que ele terminasse o interrogatório, mas no final ele concluiu que o que eu tivesse a dizer não ajudariam em nada a descobrir os motivos de Felton já que eu era só uma testemunha... Mas a verdade era que nós sabíamos mais que qualquer um naquela sala, ou pelo menos, nós achávamos que sabíamos.

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