CAPÍTULO 67

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CAPÍTULO 67

Ninguém dormiu naquela noite. A primeira parte do plano consistia em Sam criando crachás com as nossas fotos para entrarmos no prédio do FBI.

A segunda parte era aquela em que nós escoliamos as armas que íamos levar conosco. Como entraríamos disfarçado nenhum de nós podia levar uma quantidade absurda de armas, ou equipamentos muito grandes, então cada um de nós acabou com uma pistola de dezoito tiros cada, duas facas e os aparelhos de escuta, por onde Sam falaria com a gente.

Na terceira parte do plano, nós já estávamos interceptando a van com os faxineiros no meio da estrada, depois de uma espera no meio do nada e dopando cada um deles com uma dose de zolpidem que além de fazê-los dormir ia ajudar e embaralhar as memorias deixando mais difícil o relato para a polícia que eles dariam quando acordassem. E assim já estávamos devidamente vestidos, depois de trocarmos de roupa com os faxineiros e passando pela primeira parte da segurança do prédio do FBI.

Os crachás de identificação que Sam tinha feito eram realmente impressionantes. Se não fosse pela leitura digital do código de barras, qualquer um poderia dizer que eram originais.

As nove da manhã em ponto, como planejado, os guardas estavam verificando a placa da van e nos deixando entrar. Ouvimos Sam dar as coordenadas de onde deveríamos estacionar e as nove e dez estávamos na fila de segurança para a entrada do prédio.

"Ok, - Sam dizia pelo ponto de transmissão invisível em nossos ouvidos – a parte fácil já foi... Agora vem a parte mais difícil!"

-Fale por você! – Andy sussurrou de volta.

"Pare de resmungar e se concentre" foi tudo que soprou de volta nos nossos ouvidos.

Jackson ia na frente empurrando o carrinho com todos os materiais de limpeza seguido por mim e por último Jackson.

Na noite anterior, Sam tinha baixado a planta do prédio do FBI e nos fez memorizar cada entrada e saída do nível que estávamos e do nível acima de nós, aonde aos documentos que procurávamos estavam. O combinado era que passaríamos pela segurança e seguiríamos juntos para a sala onde Sam tinha mostrado no mapa, mas se um de nós ficasse preso na segurança, o resto deveria seguir com o plano sem pensar duas vezes.

Jackson foi o primeiro a passar, levando o carrinho com ele. Primeiro o segurança pegou o crachá de Jackson e colocou no leito de código de barras. A leitura demorou menos de um segundo, mas foi o suficiente para fazerem minhas mãos suarem. Assim que o crachá de Jackson passou, o segurança o devolveu e pediu para que ele passasse pelo detector de metais. Mais um segundo de tensão até ver a bendita luz verde acender e o segurança liberar Jackson.

Quando chegou a minha vez, tentei evitar olhar para Jackson, que estava dois passos a frente fingindo procurar algo no carrinho de limpeza enquanto eu passava pela segurança.

-Boa tarde senhorita, crachá por favor! – O rapaz, que aparentava ser apenas alguns anos mais velho que eu, pediu.

Me movimentei e puxei o crachá para ele. Só quando ele pegou o objeto da minha mão foi que eu percebi o quanto eu tremia.

Guardei as mãos no bolso e aguardei enquanto ele passava meu crachá na máquina que, para minha surpresa ou não, acendia uma luz vermelha em resposta fazendo meu coração para pôr alguns segundos.

"Essa bosta de máquina ainda vai me fazer perder a cabeça" O segurança resmungava enquanto digitava algumas coisas e dava um tapa de leve na máquina antes de enviar o meu cartão novamente para leitura e recebendo uma luz verde em troca.  Quando o segurando me esticou o crachá de volta pude sentir cada batida do meu coração nas pontas dos dedos e o suor que escorria pela minha espinha enquanto caminhava na direção do detector de metais.

A sorte definitivamente estava ao nosso lado, mas não por muito tempo.

Assim que me posicionei ao lado de Jackson pude ouvir a máquina de leitura de cartões apitar e acender uma luz vermelha ao mesmo tempo. Olhei para trás e pude ver Andy parado ao lado do segurança que enfiava e tirava o crachá de Andy da máquina repetidamente.

-Estou achando que meus amigos vão precisar lavar as privadas sem mim hoje... – Andy começou a falar e eu sabia que aquilo significava que eu e Jackson deveríamos ir logo, pois se ele fosse definitivamente barrado, nosso tempo ali seria ainda menor.

-Não se preocupe, bonitão. – Jack respondeu ao longe – Tem muitas privadas nesse prédio para você limpar...

-Ok, ok – o segurança interferiu – vamos acabar com o showzinho aqui. Essa bosta de máquina parou novamente, vou ter que chamar a assistência técnica. Quanto a vocês dois – O segurando se dirigiu a mim e a Jackson e pude sentir o ar ficar mais denso – Vocês devem ir logo, as privadas não vão se lavar sozinha!

Dei um sorriso debochado frouxo na direção do segurança passando meu olhar por Andy mais uma vez antes de me virar e recebendo um pequeno aceno de cabeça em resposta.

"Droga, Sam. Cadê você?" Sussurrei pelo ponto de escuta recebendo apenas silencio em troca.

-Vamos, nós sabemos onde fica a sala. – Jackson disse de cabeça baixa enquanto empurrava o carrinho.

-Mas sem o Sam não conseguimos abrir a porta...

-Daremos um jeito.

Seguimos o corredor norte até o final, onde sabíamos que encontraríamos os elevadores de serviço. Depois disso só teríamos que virar a primeira a esquerda e entrar na terceira porta. Tu que precisávamos era que Sam respondesse.

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