Jackson e Andy já estavam quase na metade do estacionamento quando eu os encontrei. Andy foi o primeiro a avistar o carro de Sam e apontar a direção. Quando chegamos no carro, Jackson tomou a direção e deu a partida assim que eu cheguei com a chave.-Sam? – Andy olhou rapidamente na minha direção – Cadê o Sam?
-Eu sinto muito! – Foi tudo o que eu consegui dizer, com os olhos marejados, antes de Jackson arrancar com o carro na direção da saída desviando dos tiros que vinham na nossa direção.
Mais e mais tiros vinham na nossa direção. Três viaturas já estavam no nosso encalço assim que atravessamos os portões do FBI, apenas cinco segundos antes deles fecharem de vez.
-Para onde? – Jackson gritava em meio ao barulho de carros que buzinavam e cruzavam nossos caminhos.
-Para o Norte, precisamos sair de DC! – Essas foram as únicas palavras que Andy deixou escapar depois que saímos do prédio.
Jackson sugeriu que procurássemos por qualquer coisa que pudesse nos ajudar no carro enquanto ele acelerava pelas rodovias desviando dos carros que nos olhavam apavorados quando ouviam as sirenes da polícia atrás de nós. Como esperado, Sam tinha armas escondidas no carro. Não apenas uma ou duas, mas cinco.
Andy me entregou uma pistola e pegou uma abrindo as janelas do carro e o teto solar ao mesmo tempo, se posicionando para começar a atirar e eu fiz o mesmo, me encaixando entre a janela traseira direita do carro e o banco. Apontei para a viatura da esquerda disparando os dois primeiros tiros para constatar o que eu já suspeitava: os carros eram a prova de balas.
-Mira nos pneus! – Jackson gritou do banco da frente enquanto virava bruscamente trocando de faixa entre dois caminhões que buzinaram em resposta.
Andy levantou e se posicionou no teto do solar do carro mirando na viatura da direita e disparando. Cinco tiros foram necessários até que ele conseguisse estourar um dos pneus do carro fazendo a viatura capotar na estrada e levar junto a segunda viatura que estava ao seu lado. Mas a viatura da esquerda ainda nos seguia e mais quatro viaturas chegavam ao nosso redor.
Todos os carros na rodovia abriam caminho ao ouvir as sirenes que se aproximavam. Jackson pegou uma saída expressa que dava em direção a uma ponte para a saída de Washington DC a caminho de Maryland.
Naquele momento cinco viaturas nos seguiam na autoestrada. Eu consegui para uma delas antes que minha munição acabasse e eu pegasse a segunda arma, sendo seguida por Andy.
Jackson dirigia com toda a potência que o carro tinha para oferecer mais e mais alto para o meio da ponte, desviando de todos os carros e se escondendo no meio deles quando possível. Andy conseguiu para mais duas viaturas e eu acertei o último tiro necessário no carro que estava a nossa esquerda fazendo ele capotar e levar o quarto carro junto.
Agora uma viatura nos seguia. Tínhamos uma arma extra e apenas um carro na nossa cola. A sorte parecia sorrir para nós pela primeira vez desde que tínhamos tomado a péssima decisão de invadir o FBI quando ouvimos o som que marcaria as nossas vidas para sempre.
Meu corpo gelou, minha alma parecia se dar conta lentamente enquanto o meu cérebro processava tudo rápido demais. Um helicóptero das forças armadas vinha na nossa direção com uma metralhadora apontando diretamente para nós.
Ao fundo eu pude ouvir Jackson gritar desesperado "ABAIXA", mas em vão. Os tiros já nos acertavam com toda força e pressão. Andy me abraçou e nos jogou no chão do carro, entre os bancos. Eu sentia cada parte do meu corpo congelar e encolher ao mesmo tempo. Andy juntou nossos corpos colocando as mãos em volta da cabeça e eu fiz o mesmo. Jackson gritou mais algumas vezes, mas tudo o que eu conseguia ouvir era o som ensurdecedor dos tiros que nos acertavam com a força de uma chuva de verão.
Eu não sabia como o carro ainda funcionava, os furos dos tiros que nos acertavam eram enormes e estavam por toda parte, mas Jackson corria tanto quanto possível quando o primeiro tiro o acertou. Lágrimas escorriam pelo meu rosto de puro desespero. Andy não me respondia mais e alguma coisa me dizia que eu era a única pessoa naquele carro que ainda respirava.
Um frio na barriga me cortou de dentro para fora, a falta de ar que veio junto foi inevitável, mas ao contrário do que eu acreditava, não era um tiro que tinha me acertado. Não, o frio na barriga vinha da altitude, ou melhor, vinha da queda.
QuandoJackson foi acertado pelo tiro ele perdeu o controle do carro acertando as barreirasde saída da ponte, mas devido a velocidade o carro não parou. Nós tínhamos voadodireto da saída e estávamos caindo. Caindo da ponte assim como uma folha cai daarvore no final do outono, direto para o fundo do mar que nos cercava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Insano
Fanfiction🔞 O que fazer quando voce perde completamente o controle da sua vida? Malina perdeu seus pais quando ainda era apenas uma criança em um acidente de carro e vagou por diversos lares adotivos até completar a tão sonhada maioridade. Depois de tanto...