CAPÍTULO 57

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CAPÍTULO 57

A manhã seguinte chegou tão rápida quanto o caos que se instaurou na ilha da cozinha da casa de Sam. Quando acordei, Andy e Sam já estavam a minha espera assim como uma grande caneca lotada de café e todo o material que tínhamos conseguido coletar desde o início dessa loucura.

-Vocês não perdem tempo mesmo... – Disse em tom irônico enquanto pegava meu café.

-Não podemos nos dar a esse luxo, não é mesmo? – Andy respondeu.

-Ok, quem vai começar? – Foi a vez de Sam se pronunciar – Eu tenho dois dias para ajudar vocês, façam meu tempo valer!

-O que você sabe até agora? - Questionei Sam enquanto me sentava.

-Não muito... Só que tem um louco atrás de vocês e que precisam de ajuda.

-Bom, vamos do começo então... – Comecei a contar tudo que tinha acontecido desde a noite em que acordei no centro de Londres até o dia em que conheci Andy no departamento de polícia, a partir de lá, Andy tomou as rédeas e começou a contar todo o resto da história, sem tirar nenhum detalhe, nem mesmo meu envolvimento pessoal com Jack...

-Isso é mesmo necessário? – Indaguei.

-Talvez não, mas todo esse drama faz a história ficar bem melhor! – Sam debochou e fiz cara feia enquanto Andy terminava de contar todos os mínimos detalhes até o momento em que Sam encontrou a gente na cabana da árvore – Ok, acho que vocês têm que ver umas coisas... - Sam foi em direção a sala e voltou com um IPad nas mãos – Pelo que me disseram, posso julgar que passaram pelo menos as últimas três semanas sem nenhum meio de comunicação, certo? Fora o telefonema que Andy me deu de um telefone fixo público, vocês não tiveram nenhum acesso a internet ou TV, estou correto?

-Sim. – Eu e Sam respondemos juntos.

-Bom então vocês não sabem que mais dois corpos foram achados perto do Rio Tâmisa... – Sam virou a tela para nos mostrar enquanto falava – Mas, diferentemente dos corpos que vocês me falaram, esses já estavam em decomposição... – Peguei o IPad e comecei a ler a notícia – A descrição das meninas ainda bate com a de Melina, mas os corpos não estavam mais bem conservados como antes e não foram descartados como antes... Se você for comparar as fotos das meninas que tinham sido achadas antes, os corpos tinham sido colocados de forma estratégica, quase que como se o assassino tivesse montado um cenário para serem achadas, mas agora, os corpos foram simplesmente deixados lá... A Scotland Yard entrou em contato com o departamento especializado de Assassinos Em Série do FBI há três semanas e eu andei dando uma olhada no caso...

-É claro que deu... – Andy interrompeu.

-Não me leve a mal, quando a Scotland Yard entra em contato com o FBI para pedir ajuda... A coisa é grande, eu não poderia simplesmente ignorar isso... O fato é que eles levantaram a teoria de que o assassino tem um copiador.

-Como é que é? – Indaguei mais uma vez enquanto passava o IPad para Andy.

-Aqui nos EUA nós temos o maior número de Assassinos em Série do mundo, isso se dá muito pelo fato de que quando um deles fica muito famoso, começa a ganhar uma forma de seguidores ou admiradores que tentam recriar os assassinatos da mesma forma, então o número de assassinos e assassinatos triplica rapidamente... O departamento de investigação de Londres entrou em contato com a gente porque eles acreditam que seja isso que está acontecendo lá...

-Mas você não concorda com isso, não é mesmo? – Andy respondeu passando o IPad para Sam que começou a digitar algo.

-Não mesmo... – Ele virou a tela para nós dois com as fotos das meninas que tinham sido encontradas – Se você analisar os laudos dos legistas e as fotos tiradas das primeiras vítimas e das vítimas que foram encontradas recentemente você consegue ver que a forma como elas foram assassinadas é exatamente igual. Absolutamente cada mínimo detalhe é igual, a única coisa que muda é a forma como os corpos foram descartados... Não tem como um copiador ter feito isso... – Ele dizia enquanto passava as fotos na tela – Cada assassino tem sua particularidade, então quando um admirador tenta copiar o trabalho do assassino raiz algum detalhe sai diferente, é impossível ser idêntico, a menos que...

-Tenham sido assassinados pela mesma pessoa. – Completei – Então qual é a sua teoria?

-Ele tem um ajudante, sim, mas não para matar as vítimas... Os corpos estão em decomposição então sabemos que não foram assassinadas há pouco tempo. A minha teoria é de que ele matou todas elas há muito tempo e manteve os corpos conservados para serem encontrados quando e como ele quisesse, mas alguma coisa mudou no meio do caminho e ele não pode mais fazer o descarte dos corpos, e é aí que o ajudante dele entra.

-Então tem alguém o ajudando apenas a descartar os corpos? – Andy se pronunciou – Mas porque essa pessoa faria isso? Quer dizer... Qual é o propósito?

-Pode haver vários... – Sam continuou – Seja para brincar ainda mais com os sentimentos das famílias das vítimas, seja para tirar o foco do verdadeiro assassino, ou até mesmo por pura "diversão", mas a minha opinião é isso tudo não passa de uma distração...

-Distração? – Questionei.

-Sim, para a polícia... Pensa comigo, - Sam pegou o IPad mais uma vez e começou a digitar enquanto falava – Um caso de Assassino em Série gera uma comoção muito grande, toda a sociedade fica em cima da polícia para respostas... Se a polícia tiver ocupada lidando com um assassino em série ele não vai ter tempo para lidar com mais nada, não é mesmo? Nem mesmo para lidar com procurados por terrorismo.

-Como? – Andy se levantou e pude sentir o ar do cômodo ficar mais pesado – Como assim, Sam?

-Bom, lembra quando falei que vocês precisavamver umas coisas? Essa é a segunda delas... – Sam deu um passo para trásenquanto colocava o IPad em cima da ilha da cozinha para nós dois vermos aomesmo tempo a tela com uma foto minha, de Andy e de Jack – Vocês estão sendoprocurados! 

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