Insano

Capítulo 19

CAPÍTULO 19

De alguma forma, meu corpo ainda continuava cansado. Acordei no dia seguinte com os médicos me dando alta do hospital e informando, mais uma vez, que eu precisava de repouso.

Quando sai do quarto, caminhei ao lado de Jackson para fora do prédio com uma única questão martelando na cabeça: Para onde eu vou?

Eu tinha certeza de que Jackson não ia concordar com a ideia de eu ficar na casa dos meus pais, o prédio em que eu estava com ele antes de levar o tiro também não era mais uma opção, ele tinha me informado que a polícia continuava investigando o que tinha acontecido por que, em teoria, aquele lugar deveria ser superprotegido e não foi, e todas as vítimas tinham sido realocadas.

Quando entramos no carro, insisti para que Jackson passasse no departamento de polícia, pois eu queria saber como andava a investigação, mas ele negou.

-Os médicos foram bem claros, Melina. Você precisa de repouso.

Na verdade, eu acho que só queria ganhar tempo e pensar em algo. Eu não poderia ficar em qualquer hotel, o acesso até mim era muito fácil em lugares assim agora.

-Jackson, eu não tenho para onde ir. – Disse por fim, depois de um tempo – Apenas a casa dos meus...

-Isso não é uma opção, Melina.

-Bom, então espero que você tenha um plano, por que eu estou um pouco sem ideias no momento...

-Eu tenho...

-Ok, e você pretende me contar? – Já fazia mais de vinte minutos que estávamos no carro.

-Já estamos chegando.

-Onde exatamente?

-Na minha casa.

Ok, por essa eu não estava esperando. Fiquei em silêncio durante o resto do trajeto. Se passaram mais ou menos cinco minutos até que Jackson falasse que estávamos chegando. O prédio em si não tinha nada de especial, apenas mais uma construção em Londres. Mas a parte normal acabava aí. O apartamento de Jackson ficava no subsolo. Abaixo do estacionamento do prédio. Eu nunca tinha visto nada como isso. Era muita tecnologia.

Primeiro nós passamos por um comando de voz que dava acesso ao andar de Jackson. Ao chegar lá, Jackson me avisou que o carro seria escaneado antes que o acesso a casa pudesse ser liberado. Aquilo nem parecia que era de verdade. Mas que porra de lugar era aquele?

Quando finalmente saímos do carro, Jackson colocou uma senha de acesso a casa e entramos. O apartamento não tinha divisão, era tudo uma coisa só, mas incrivelmente organizado. A direita ficava a área da cozinha, com uma pequena lavanderia perto. A esquerda era uma espécie de escritório e um banheiro que, aparentemente, era o único cômodo com porta e ao centro ficava o que parecia ser o quarto, com uma cama king e uma pequena cômoda.

Isso estava muito estranho, eu definitivamente não estava esperando por isso. Eu tenho certeza de que qualquer um que não soubesse exatamente onde era aquele apartamento nunca ia conseguir encontrar. Com toda certeza aquele era um lugar protegido. Difícil de entrar, o que significava que também era difícil de sair...