STALKER

Morto Para Mim - Segunda Parte

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Morto Para Mim - Segunda Parte

O Sexto Mês - Último Capítulo da Primeira Parte de Stalker/ Dividido em Quatro Partes.

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Lauren Jauregui's Point of View.

As duas semanas que se passaram na casa da Camila foram o combustível que eu precisava para processar tudo que aconteceu. Ainda sentia dificuldade para dormir sozinha, por isso que ela ficava ao meu lado até eu adormecer. E sempre surgia no momento que eu acordava. Era conveniente estar com ela dessa forma.

Sofia foi muito educada, sempre querendo saber se eu estava bem, se precisava de algo. Em alguns momentos Camila teve que sair para cuidar de suas responsabilidades e a irmã mais nova ficou comigo, assistindo filmes comigo ou jogando, me distraindo da forma que podia. Eu sempre vencia ela no xadrez, mas ela ganhava no baralho.

Estar ali era calmo e fez com que por muitas vezes eu esquecesse da investigação em andamento, só recordava quando Verônica fazia as ligações diárias para me informar o que acontecia. Mas nada de extraordinário havia surgido, a autópsia de Aiden indicava que ele havia sido sufocado, o que conectava a morte de James H. com a pessoa que estava fazendo isso comigo. A lista de suspeitos era nula, ou simplesmente Vero não podia me contar.

Agora o que eu mais gostava era de passar meu tempo na cama com ela. Sua companhia era como estar em um campo vazio, com um cheiro de plantas e um horizonte extenso, sem qualquer preocupação, apenas vivendo dentro dos seus olhos castanhos, acompanhada pelo calor do seu corpo, o gosto dos seus lábios e a maciez da sua pele. Camila era a pessoa mais atenciosa que eu já conheci e em nenhum momento se incomodou com nada, foi muito prestativa e educada em me respeitar e depois que eu contei tudo no primeiro dia, não insistiu em mais nenhuma pergunta, apenas questionava, depois das minhas ligações com Verônica, se tudo estava certo. Ofereceu a estadia quanto tempo eu precisasse e talvez eu abusasse um pouco dessa oferta por desejo próprio.

Não sai de seu apartamento em nenhum momento e apenas falava com minhas amigas por telefone. Estava se tornando uma rotina da qual eu não queria escapar nunca mais. Acordar com ela, passar o dia na cama, comer o que ela preparava, rir com Sofia, assistir filmes na sala, jogos, jantar, dormir nos braços de Camila.

Não importava que eu não tivesse minhas coisas, me sentia confortável ali, até mais do que estando na minha própria casa. Algo que eu não tinha agora.

— Estava pensando em fazer algo diferente hoje. — Sentada na beirada da cama, eu observava enquanto ela ajeitava a franja no espelho. Depois ela se virou na minha direção e tocou meus joelhos.

— O que?

Camila afastou minhas pernas e apoiou as mãos nas minhas coxas, uma de cada lado, aproximou-se a ponto de beijar meus lábios, mas não o fez.

— A gente podia sair. Ir ao cinema, não sei se está cansada de filmes, ou ir a um parque, restaurante, ficar de bobeira em algum lugar, sei lá. Só eu e você. Isso se você quiser, é claro e se sentir confortável.

Não pude conter um sorriso que se formava nos cantos dos meus lábios, seu toque me distraía e a forma como estava posicionada me atraía para beijá-la e nunca mais largá-la.

— Eu adoraria.

Talvez tenha sido o medo. A forma simples que resolvi esquecer, mas quando estava no carro e ela dirigia, tive um certo pânico, na minha mente a ideia de que ao voltar, perderia algo mais uma vez. Tentei respirar fundo me concentrando no único pensamento de que agora não estava sozinha, tinha Camila comigo, Verônica lutando por mim. E claro, minhas amigas. Não seria fácil para ele atacar novamente, quem quer que seja.