Capítulo Final - Mate Por Mim - Última Parte

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Capítulo Final

Mate Por Mim - Última Parte

Verônica arranhava a garganta irritada. Não gostava daquela mulher, nada nela a agradava, desde seu jeito superior até a forma "charadônica" de falar, havia inventado essa palavra nos poucos minutos de convivência para descrevê-la. Bufou no banco do passageiro já que havia trocado a viatura no distrito para ser acompanhante da mulher insolente. Fizeram uma viagem de aproximadamente dez intermináveis minutos sem trocar uma palavra, apenas os assobios da que dirigia.

- Dá para parar com essa merda? - A delegada rangeu os dentes.

Keana desviou a atenção da estrada para encará-la.

- Sim.

E voltou a assobiar mais alto. Pronta para ir para cima da mulher, a delegada destravou o cinto e foi quando Keana estacionou o carro.

Olhou ao redor reconhecendo a área em frente a loja de Eddie.

- O que é isso? Por que nos trouxe aqui? - O abrupto momento fez a raiva se dissipar, até porque o assobio havia terminado em seguida.

- Eu disse que te traria até onde elas estão. Aqui estamos.

- Em uma loja? - Verônica já estava arrependida de ter seguido o que essa mulher dizia. Quer dizer, desde o primeiro instante não queria trilhar caminho ao seu lado, mas algo dentro de si insistia que deveria dar uma chance. Estava errada, não devia ter perdido tempo com isso.

- Na loja. - Keana corrigiu com firmeza.

- Você tem noção de que a loja foi fechada desde o sequestro? Justamente por não ter mais quem administrasse.

A mulher revirou os olhos para a delegada.

- Por que ninguém mais é capaz de entender um simples conceito? Presta atenção, a loja é de Normani, ela assumiu depois que o marido foi preso. - Foi possível perceber a pequena careta que fez ao mencionar o homem. - Ela tinha controle de tudo e acredito eu que tinha planejado o encerramento da loja de forma leve proposital, sem atrair muita atenção.

- E as câmeras de segurança? E os funcionários? E a administração?

Agora Keana bufava. Destravou o cinto e no banco de trás buscou uma pasta fechada. Girou o corpo de volta à posição inicial e abriu o conteúdo revelando alguns papéis.

- Ela demitiu a gerente que estava no cargo fazia um ano, semana passada. - E apresentou o papel para Verônica que o pegou sem entender. - Todo o pessoal da administração se desorientou, o que resultou em Normani encerrar o contrato de dois deles e os outros três acabaram saindo por conta própria achando que a empresa tinha perdido a estrutura, que estava para falir depois que Eddie foi preso, com medo de perderem suas garantias, desistiram antes que fosse tarde. Estão aqui os pedidos de demissão deles.

Apresentou mais papéis para a delegada.

- Com a administração e a gerência fora, além de um departamento de recursos humanos terceirizado para uma loja pequena, cujo contrato de relações se encerrou neste ano... - Estendeu mais papéis. - A última semana resultou em apenas funcionários perdidos que entenderam que não havia mais uma empresa ali e ao descobrirem sobre o sequestro... bom, não se sentiam dispostos a trabalhar no dia seguinte. Bom, por ser uma loja que demanda distribuição trazendo produtos para venda, verifiquei o sistema para o histórico de compra e Normani já não realizava estocagem havia um mês. O que significa que ficaram sem débitos para pagar e sem mais material para receber. Junto com a falta de funcionários, o local ficaria livre para ela usar da forma que quisesse pelo menos por um tempo, até que os impostos e contas chegassem e se atrasassem causando reconhecimento de fora da falta de administração e etc...

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