Mulher - Última Parte

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Mulher - Última Parte

Lauren Jauregui's Point of View.

A entrada era toda iluminada por postes finos com lustres redondos que refletem luzes amarelas, elegantes, sutis, agradáveis, nada que clareasse totalmente sua visão, mas trazia um calor. A grama verde era complementada com moitas de folhas em formatos de espadas e as enormes palmeiras que enfeitavam a entrada eram refletidas com luzes embutidas que davam um aspecto sofisticado.

Camila estacionou o carro na frente de uma porta branca grande o suficiente para que ele entrasse. Ela desceu primeiro enquanto eu vislumbrava a quantidade de flores e plantas da entrada. Podia observar as flores silvestres amarelas que pareciam brilhar mesmo estando no início da primavera. Meus olhos se prenderam às duas vigas da entrada, repletas de hera que subiam até o telhado branco. A casa de madeira era pintada em uma cor azul quase cinza e todos os detalhes de portas e janelas eram brancos, além das colunas e a pequena escadaria.

Ela abriu a porta para mim e com um pouco de dificuldade, saí do carro, minhas pernas cansadas formigavam e meu corpo estava exausto. - Foi a primeira casa que eu comprei, é uma das menores por aqui, mas gosto desse jeito.

Diferente das outras casas quadradas e modernas das quais passamos no minuto anterior, a de Camila era aconchegante, como um chalé nas montanhas. Era convidativa e refletia algo diferente, como um abraço forte, um lugar em que você quer estar. Deveria ser a madeira ou as plantas bem cuidadas ou a cor suave, de qualquer forma, queria conhecer seu interior. - É linda, Camila. - Peguei minha bolsa e a mulher fechou a porta do carro, ao meu lado, seguiu comigo até a entrada.

Pude ouvir o som de grilos e outros insetos que vagavam nas luzes, as pequenas rochas que cercavam as plantas pareciam até moldadas de tão alinhada que estavam e quem quer que tenha feito o trabalho de jardinagem, havia definitivamente se saído bem.

Como se pudesse ler minha mente, Camila explicou: - A maior parte foi feita por um paisagista, mas foi Sofi que plantou as flores. Ela queria mais cor. - Deu de ombros. - Acho que fica melhor assim.

- Sua irmã acertou em cheio, pode ter certeza, está ótimo.

Ela sorriu com os olhos e juntas subimos os três degraus, naquela varanda se encontrava um sofá de dois lugares feito de madeira com almofadas que pareciam extremamente confortáveis. Meu corpo implorava para deitar ali mesmo, havia perdido o tato para longas viagens de carro.

- A casa era de um casal de senhores que decidiram se aposentar e morar perto da praia. Acabou que sentiram falta dos filhos e da movimentação de Los Angeles e voltaram para lá. Venderam para mim no ano seguinte ao invés de aceitarem a enorme proposta de um construtor. Queriam alguém que preservasse como eles disseram "a tradição" da casa. - Fez aspas com os dedos e pegou as chaves no bolso do casaco.

- Gosto dela.

- Não mudei nada do que eles deixaram, apenas comprei móveis novos, o resto é o mesmo.

E quando a porta foi aberta o cheiro do mar invadiu completamente, o som de pequenos sinos dançando, o gosto do sal, podia estar louca, mas até mesmo sentia os grãos de areia em minha pele. Camila entrou primeiro ligando todas as luzes e logo um hall de entrada surgiu, com um tapete de palmeiras e pranchas de surf, ao lado uma estante de chão que eu presumia que servia para colocar os sapatos. Os quadros nas paredes eram de paisagens, todos com sol e plantas, fotos muito bem tiradas e molduras modernas, retas.

As paredes eram pintadas de branco e a mesma madeira de fora enfeitava o interior.

- Você pode deixar seus saltos ai, tenho sandálias aqui. - Ela me entregou um par de sandálias azuis e ao colocá-las, me senti imediatamente mais confortável.

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