Ally Estava Certa

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Ally Estava Certa

Lauren Jauregui's Point of View

Pisando nas poças d'água, fui correndo em direção ao homem, apavorada por qualquer motivo. Ele não deveria estar ali, sua viagem estava marcada para ocorrer nesta manhã. Tinha até deixado uma mensagem em seu celular desejando um bom voo, da qual ele não respondeu. Mas lá estava ele, em sua cadeira de rodas, cabelo e vestes molhados e aparentemente sem nenhum veículo que o tenha trazido até ali.

- O que você está fazendo aqui?! - A chuva me agredia violentamente, toda a minha roupa já estava encharcada e até as meias dentro do sapato nadavam em água.

Seus olhos me pegaram e assustada eu segurei imediatamente em seu braço, como se pudesse agarrá-lo por ali e levá-lo para dentro.

- Aiden! - Tinha que gritar e ele não me respondia.

- Eu não podia ir, Lauren, não podia.

Parei no mesmo instante, o homem chorava. Meu coração agora batia com intensidade e precisava manter os olhos semicerrados já que a força de cada gota batia em minhas pálpebras e me impediam de mantê-las abertas.

- Aiden, por favor, vamos entrar.

Ele balançou a cabeça e permitiu que eu o levasse até a porta. Foi difícil empurrá-lo com a força da chuva me impedindo de andar com precisão. Xinguei algumas vezes até entrar e fechar a porta.

Poças de água se formaram na minha sala, toda cadeira dele tinha se encharcado, além de suas vestes. O homem tremia com o frio e por um instante eu o encarei ainda em choque pelo que ele tinha na cabeça para fazer aquilo.

- Chris! AJUDA! - Gritei por meu irmão já que não seria capaz de secá-lo sozinha. - Aiden, me diga, o que houve?

Ele ainda chorava e murmurava alguma coisa incompreensível. Chris desceu as escadas apressadamente e tomou um susto ao nos capturar com o olhar.

- Que porra é essa? - Os dois se encararam por um segundo.

- Me ajude a colocar ele no sofá, pegue umas toalhas no banheiro.

Em pouco tempo conseguimos secá-lo. Primeiro tirei seus sapatos que estavam cheios d'água, junto com as meias que quase serviam como uma segunda camada de pele da forma que estavam grudadas em seus pés, depois ajudei a remover a jaqueta que de nada prestava para aquecê-lo naquele momento. Meu irmão ofereceu uma toalha de rosto e Aiden a usou para secar o cabelo e a face.

- Você quer que Chris te ajude a tomar um banho? Só tenho um chuveiro lá em cima, ele pode te levar...

- Não precisa. - Aiden tratou de interromper.

- Tudo bem, mas você precisa trocar essa roupa, não pode ficar com ela molhada. - Ele usava uma calça jeans que agora pingava por todo o lado e sem a jaqueta, tinha a camiseta azul grudada no corpo.

Chris se ofereceu para emprestar suas roupas e me mandou subir para trocar as minhas. - Eu ajudo ele. - Prometeu e eu apenas concordei ainda um pouco atordoada com o que ocorrera.

Pingando pelas escadas eu pensava no que tinha acontecido de tão errado para ele surgir dessa forma nessa noite em uma chuva mortal, sozinho na minha casa esperando que eu chegasse. Aiden quando criança sempre foi aventureiro, fazia as brincadeiras mais perigosas, como pular de uma árvore e até mesmo escalar para o telhado de casa pela janela do meu quarto, mas aquele homem que chorava na chuva não parecia nada com aquele menino e eu precisava entender.

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