Maldição de Sangue - Última Parte

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Maldição de Sangue - Última Parte

Lauren Jauregui's Point of View

Se um caminhão tivesse passado por cima da minha amiga e dado a ré para garantir que a atropelou, eu diria que foi mais leve do que seu estado apresentava.

Normani Kordei era a representação exata da devastação. Não chorava, mas as olheiras fundas e a expressão constante de choque presente fora da realidade indicava tudo que se passava dentro da sua mente. Eu gostaria de ser a pessoa capaz de confortá-la nesse momento, como ela foi a minha diversas vezes, mas ali cercadas pela espera, ninguém se falava.

No sofá em formato de L estava Mani ao meio, ao lado de Dinah e Keana. Eu a reconhecia do velório, não fomos apresentadas, mas era uma das mulheres que acompanhava Eddie no dia, só troquei uma palavra com ela agora, apenas para saber que trabalhou por um tempo com o homem que lutava para sair da prisão, sem nem ao menos ter entrado oficialmente ainda.

Em pé na frente da mesa com um vaso de rosas brancas, Ally encarava a tela do celular já desligada pelo tempo inativo, mas permanecia ela perdida em algo que eu não sabia dizer o que era.

Verônica estava ao meu lado, sentada na poltrona esperando a ligação que viria diretamente de seu colega assim que as coisas fossem resolvidas.

Dinah ainda não se aproximava da delegada. Mas a situação permitia ao menos que ficassem no mesmo cômodo sem que uma pulasse na garganta da outra.

Foi depois de uma longa hora que seu celular tocou. Todos os olhares se posicionaram nela enquanto falava e por fim, quando encerrou, ela depositou os olhos diretamente em Normani.

- Sinto muito.

***

Ally me levou em seu carro até minha casa. Verônica foi a primeira a sair, não falou muito, apenas o necessário, a quantidade de provas e a falta de álibi fez Eddie ser condenado, existe a tentativa de um novo julgamento, mas não adianta mais pensar que ele voltará para casa, não por um bom tempo. Dinah ficou com Normani e a tal Keana saiu junto comigo.

- Foi plantada. - Virei para ela pensando que falava comigo, mas apenas encarava os próprios sapatos escuros. - Aquela maldita.

Olhei para Ally, que com um olhar assustado me chamou rapidamente para se afastar.

No caminho para casa ficamos a maior parte do tempo em silêncio.

- O que você acha daquela mulher? - Engoli um pouco de saliva que se acumulava na boca, estava tão concentrada em meus pensamentos que até esqueci de que precisava respirar.

- Keana? - Ally balançou a cabeça. - Nunca a vi na vida além do dia do funeral. Não tenho nenhuma opinião formada.

- Sobre o que ela disse.

- Acho que só estava pensando alto. - Dei de ombros considerando que era algo que eu por muitas vezes fazia.

- Eu acho na verdade que ela sabe mais do que nos pode contar.

- Por que diz isso? - Sua insinuação me deixava curiosa e incomodada ao mesmo tempo.

- Um palpite, talvez.

- Você a viu naquele dia? No dia da festa?

Ally pareceu pensar por um longo instante, eu podia ver uma nuvem de pensamentos percorrer a sua mente até que finalmente, com a voz fraca e nenhuma certeza nos seus ideias, respondeu:

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