23° capítulo

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“Ver Sarah, certamente ainda me deixa maluco. Tudo que quero é dar uns belos tapas nela. — Jay Coleman”.

Jay.

Arrumava meu terno azul marinho em frente ao espelho do enorme guarda roupa do quarto onde dormi com Sarah, na casa de Clare.

Estava elegante e a caráter para jantar em um bom restaurante com "meus sogros", como disse a mãe da Clare.

Até parecia que eu estava acompanhando Clare mas sei que eles já adotaram Sarah a muito tempo.

Falando nelas, já estavam a mais de uma hora se arrumando no quarto de Clare. Depois da cena de ontem, isso é tudo que imagino que estão fazendo agora: transando.

Também me sentiria menos preocupado se fosse de xoxota que Sarah gostasse. Mas também jamais teria ela querendo me dar e eu morreria com isso provavelmente.

Vou até a sacada do quarto e tento ligar para Sinclair, que havia cancelado a sua reunião e remarcado para semana que vem. Tão pouco teve missões.

Ontem havia me ligado e fiz de tudo para que Sarah não ouvisse, mas me alterei quando ele falou sobre não querer dar continuidade ao caso de sua filha e que envolver a polícia já era tarde. Mandou que eu não me metesse mais nisso e por isso brigamos.

Agora estou mais um tempo afastado dos negócios que seriam feito esse final de semana. Mas ao que entendi, ele cancelou tudo de última hora por algum motivo.

Eu gosto da adrenalina, se eu não poder atirar, acho que enlouqueço.

Sinclair não me atendeu e deixei uma mensagem, alegando fazer oque ele mandasse que eu fizesse mas que me deixasse participar da missão que teriam. Não me deixando de fora por que eu estava me preocupando com uma criança.

Eu sei que Sinclair é um homem sujo e corrupto, além de assassino. Mas que tem sempre uma boa missão para me enviar.

Observo a noite cair no horizonte e me sinto bem em morar em Nova York, mesmo sentindo durante anos, saudades de minha cidade natal e odiando esse lugar.

Sinto falta dos caminhos que eu sempre cruzava, minha escola, os mercadinhos, as casas em que costumava tacar ovos no halloween com Dylan e seus amigos estúpidos.

Eu sinto falta até hoje. Tudo foi interrompido pelo John tão de repente.

Minha vida era as mil maravilhas, com uma família feliz. Eu ajudava dentro de casa, mas como parte de meu ensino. Não era forçado a nada e tinha os melhores pais, que nunca me deixaram falta nada.

Quando passei a morar com tio Fred, passei a trabalhar dentro de casa feito um escravo e foi horrível pra mim me adaptar a essa nova rotina medíocre. Que não tinha comida todo dia, roupa novas e limpas e nem um ambiente pra uma criança viver.

Eu não tinha nada, me sentia sozinho e eu estava, eu perdi todos!

Mas hoje sou forte como sou por causa dele. Talvez a proteção de meus pais sobre mim não me fizesse chegar até onde cheguei, eu seria fraco.

John tem um dedo nisso e agradeço, assim posso matar ele sem sentir arrependimento.

Ouço as risadas das meninas e enfio o celular no bolso, me virando para dentro do quarto e enxergando a porta do outro lado do corredor, onde ficava o quarto de Clare.

Primeiro saiu ela, usando um vestido azul colado que valorizou seu corpo. Mas não estava interessado em Clare, nunca estive.

Talvez por não curtir muito loiras.

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