80° capítulo

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Jay.

— como assim? Que história é essa? — Clare me barra na cozinha e eu não dou muita importância. — só por que ela tá brava comigo, ela vai pegar um voo sozinha? — me viro a ela confuso.

— como assim? — sabendo que se tratava de Sarah, fiquei curioso.

— ela disse que iria antes e que já comprou passagens pela internet. — concordo pensando, logo me importando se ela chegaria bem.

Não posso mais deixar ela escapar de mim.

— vai lá falar com ela, tá dentro do closet chorando. — Clare não da a mínima.

Isso que são "irmãs", ela não tem justificativa pra dizer que não estava a fim de ir.

— estamos brigadas, mas por que ela tá chorando se tava puta comigo? — me apoio no balcão encarando Clare com outros olhos... Ou pelo menos tentando.

Mas falhei miseravelmente. Não dá pra ver Clare como vejo Sarah, e nesse momento eu queria muito me vingar da Sarah de alguma maneira.

Mais eu nunca me sentiria atraído por Clare.

— eu não sei. — respondo por fim.

— se você tiver feito alguma coisa pra ela.. — me ameaçou com um garfo contendo um pedaço de mamão. — eu juro, eu enfio esse garfo pela sua garganta. — como se fosse possível.

— ela é sempre a santa, já percebeu? Manipula as nossas cabeças e a gente cai direitinho. — ironizo, falando mais do que sério.

— iiih, brigaram mesmo né? Se for ciúmes, relaxa aí, ela não consegue mais gostar de ninguém além de você. — pego um copo querendo não pensar nela chorando. — ela te ama, já era pra você, tá preso naquela gostosa. — engulo em seco e contraio o maxilar bem forte.

Ela não passa disso, de gostosa e fogosa, que fode bem pra caralho. Ela tem seus ideais, mais eu não posso mais ver ela como antes, depois que ela me insultou da pior maneira de todas, sabendo que esse trauma eu não consigo me desfazer.

Ela foi como o John, colocou essa face a disposição dela.

— Sarah não me ama. — pego a água dentro da geladeira. — ela acha, mais ela não aguentaria passar um dia comigo. — não estou falando de dias comuns.

Clare ri.

— aí tadinho, você nunca dormiu na cama dela e ela no outro dia apareceu na empresa falando horrores do seu monstruoso pau.

— é só oque ela vê em mim. — sexo.

E eu faço o mesmo, agora já não estou mais a fim de me sentir culpado.

— só oque ela vê em você? — riu e voltei ao meu lugar. — Jay. — disse de boca cheia e fiz pouco caso pra encará-la. — "ai, ele é cavaleiro, fofo, gentil e me protege". — revirou os olhos. — você tirou a amiga festeira que eu criei. No lugar me devolveu uma apaixonada que quando eu ligava, já vinha com: "não dá amiga, o Jay vai dormir aqui hoje".

Eu dei um meio sorriso, tendo dado muito a ela pra em troca ser apunhalado pelas costas.

Eu bem que esperava por isso, só não sabia que ela me deixaria tão puto a esse ponto de querer machucá-la.

E eu ainda quero. Sei que estou errado e não sinto orgulho, nunca senti, aliás! Mais isso já faz parte de mim, e eu vou me vingar do John.

Se sou assim hoje, imperfeito, é por causa do que aconteceu comigo no passado, com minha família... Um ato feito por quem? O papaizinho dela!

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