20° capítulo

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“Não adianta me proibir, você não é meu dono. — Sarah Miller”.

Sarah.

Estava chorona, principalmente depois de ler todo o arquivo que Paul me deu sobre John.

Vi os julgamentos que estavam dentro de um pendrive, vi fotos que jamais havia visto de minha mãe. Paul também me deu algumas fotos de vítimas que foram encontradas com uma recente morte e outras de anos, como prova que apareceram nos julgamentos.

A frieza de John no primeiro julgamento em 2012, um ano após ser capturado. "Eu simplesmente tinha vontade, não há motivos".

Dizia ele sentado a vontade sobre a cadeira, com o olhar mais sereno possível.

Porém nos demais julgamentos, John se mostrava "atuando".

"Elas fizeram coisas erradas, estavam perto de minha casa ameaçando meus filhos. Eu agi em legítima defesa".

Mentira!

E por último, os dois últimos julgamentos, John disse estar arrependido e como não foi júri popular e foi com outros profissionais da área, tenho certeza que caíram no papo furado dele.

"Eu estou arrependido".

Um cara que matou a vida inteira, como diversão, e que ainda usava e roubava suas vítimas quando bem entendia, está realmente arrependido?

Em minha opinião eu acho que John quer ser livre por que na prisão não pode matar. Ele já está em abstinência por isso.

Seco as lágrimas mas ao me olhar no espelho vejo como minha cara está inchada e meus olhos vermelhos de tanto chorar.

Lágrimas de raiva, de tristeza e medo.

Vi o horário e já marcavam 1h da madrugada, e eu estava sem um pingo de sono. Por mais que o choro tenha me dado vontade de ir deitar, sei que não iria dormir.

Meu celular estava com quinhentas mensagens de Clare e eu não havia visto pois estava no silencioso. E mesmo se não estivesse, estava presa nos relatórios e evidências dos crimes de John.

"Vamos pra uma balada que tá bombando hoje?
Aquela que a gente foi uma vez só, perto da universidade
Tá me devendo por que tivemos que ir embora cedo por causa do seu desmaio."

Chamada de voz perdida às 00:22
Chamada de voz perdida às 0023
Chamada de voz perdida às 00:27

Depois dessas chamada, Clare não ligou mais, só encheu nossa conversa de mensagem até dizer que estava vindo. Isso a uns 20 minutos atrás.

Deixo o celular no carregador e arrumo a bagunça de lixo sobre a cama, já que era John que ocupadas boa parte dela.

Ponho sobre a estante e mais tarde arrumo um canto escuro para colocar isso.

Não deu nem cinco minutos e eu escutei um carro estacionando em frente a minha casa. Sabendo que era Clare, pelas mensagens, calcei minha pantufa e resolvi descer com as chaves do portão na mão. Vá que ela não tenha colocado na bolsa.

Pus a senha para poder abrir a porta sem escutar o alarme soar alto, mas ao abri-la, o carro que estava parado em frente a minha calçada era preto e chique. Bem diferente do carro branco de Clare.

Eu me assustei quando vi a rua toda escura, bem comparada aos vidros escuros que o carro tinha. Sou tão míope que eu não consegui perceber tão rápido assim quem era.

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