Sarah Miller.
Meu nome é Sarah Miller, e eu enterrava corpos com meu pai como se aquilo fosse normal.
Eu nunca achei que estar livre do John era a melhor coisa que poderia acontecer na minha vida. Eu nunca achei que poderia voltar pra floresta.
Por que pra mim, boa parte da minha vida, os crimes que John cometeu, eram sem dúvidas a coisa mais séria que poderia ter acontecido na vida dele. Que ele nunca mais sairia da cadeia.
Mas aí me formei, justamente para não tirar de lá aqueles que cometeram os mesmos crimes.
Mais... Ele não cumpriu nem um terço do que ele deveria. A justiça fez uma injustiça. A justiça falhou como sempre. A justiça errou e sempre vai errar.
E por fim... A justiça não colocará ele de volta atrás das grades.
Jay não voltou para me buscar e eu pensei seriamente que ele não poderia... Ou que estava morto.
Seis semanas eram muitas para minha cabeça pirar. Sinclair e seus homens brincavam comigo dizendo sem certeza que não sabiam onde ele estava ou se estava vivo ou morto.
Mexiam com a minha cabeça e eu estou muito mal com isso.
Meu corpo reage de múltiplas maneiras. Eu vomito, desmaio e passo muito mal.
Talvez já tenha perdido peso de tanto não ter nenhuma refeição por mais de cinco minutos em meu estômago. Já não estava mais me cuidando como deveria.
E essa nem é a pior parte...
Meus olhos se enchem de lágrimas de novo, e me forço para manter a consciência e não desmaiar.
O som do cadeado é destrancado e meu coração começa a acelerar.
Quando vejo os primeiros resquícios de luz naquele porão totalmente escuro, começo a chorar.
No topo das escadas o som de suas botas é ouvido, e mesmo com o nariz trancado a dias talvez por uma gripe, eu consegui sentir o cheiro de mofo e podre do porão velho com o cheiro de comida.
Principalmente de alho.
A luz é acessa, sua face é mostrada a mim. Cabelos brancos e barba grande. O peito cabeludo tomado por uma simples regata velha e branca e calça de moletom preta desbotada... Eu lembro dessa calça.
Em suas mãos uma bandeja vinha com prato e copo de algo alaranjado, mas o enjôo me tomou conta e já não sabia se era por ver ele ou pela comida.
Engatinho até o balde no canto da parede e vômito.
Estar de quatro daquele jeito não era oque eu queria, mas eu não parei de vomitar por uns 10 segundos. Já sentia a presença dele parado atrás de mim.
— está melhor? — sua voz...
Deixo que lágrimas escorram de meus olhos.
— se prometer se comportar, eu te levo pra casa. — ri, me sentando no chão e me encostando na parede.
— casa? Estou longe de Nova York, John. — ele respira fundo, dando de ombros.
— bom... O lado proibido da floresta para você e Ben, agora são seus novos lares. — larga a bandeja ao chão e faz o seu joguinho comigo.
Eu encaro seu rosto com medo, mas raiva por estar falando do filho que ele matou.
— acha mesmo que para o Ben, tudo isso seria o lar dele? — falo sem medo.
— ele diz o contrário. — se senta na cadeira, as pernas abertas me encarando sério.
Ele está jogando comigo.
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• Paixão Obsessiva
Romansa- que tudo se foda. - Disse ela. E seu assassino a fodeu dia e noite incansavelmente, enquanto ela implorava por mais. Sarah é filha de um dos maiores assassinos dos Estados Unidos. Além de crescer com traumas precisa sempre andar escondida pois seu...