83° capítulo

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Sarah.

Suspiro fundo e apago aquela foto de meu celular. Eu estava triste, mas era uma rola de 21cm bem estampada em minha tela.

Eu não apaguei as demais fotos que tenho com Jay ou de Jay, mas aquela era tentadora de mais.

Dentro de mim aquela sensação me fazia ter enjoos... Uma parte de mim parecia ter sido arrancada de meu peito, e levada a força para longe.

Era assim que eu estava me sentindo desde a briga com Jay.

Não posso negar oque eu sinto por ele, mas vou fazer de tudo para dessentir.

— Sarah, oque é isso? — deixo o celular sobre a pia do banheiro e sigo ao closet.

Lá, encontro Sky com um vibrador rosa bebê brilhante que parecia um pepino. Era grosso, grande e ultra potente... Bem como aquele majestoso pau do Jay.

— isso é... Ah meu Deus, Sky. — me senti tão errada e frágil, ela era tão inferior a mim. Como uma criança.

— eu tenho 16 anos, eu já sei oque é um pênis, Sarah. — disse em meio ao riso e vergonha. — eu li sobre isso em uma revista ano passado, em um artigo de venda que a amiga da dona Magda estava vendendo. Era uma revista cheia de produtos e tinha um negócio como esse. — manuseiou aquilo em sua mão, o olhando bem.

— é que... — coço minha nuca em uma tentativa de encontrar alguma resposta consciente.

— eu tô crescendo... E acho que ainda não gosto dessas coisas, isso é normal? — eu estava com medo das perguntas, mas logo que ela indagou isso, assustada e envergonhada, me senti mais leve e madura.

— é claro que é normal. — digo sincera tocando suas costas após me aproximar mais. — tem pessoas que se descobrem cedo, outras só sentem essa necessidade e curiosidade bem tarde. — me refiro ao corpo, as partes íntimas.

— você se descobriu com quantos anos? Você ainda morava com... Seus pais? — fica pasma, como se fosse falar alguma coisa de errado.

— eu.. — engulo em seco. — eu já tinha um pouco mais que sua idade. Uns 16/17 anos. Praticamente a sua idade. — dou um sorriso e tento me recordar, mas era por aí mesmo.

— eu quero ter um namorado um dia, que ame músicas como eu. — dou um sorriso gracioso a ela... — você tem namorado? — e ele desaparece aos poucos.

— eu.. tinha. — pego aquilo de sua mão e devolvo a gavetas de consolos.

— oque aconteceu com ele? — andamos pra fora do closet e fomos pro quarto.

— só terminamos. Ele não é um cara bom. — engulo em seco, sentindo aquelas sensações novamente.

Parecia que eu estava infartando, o peito ardia forte e a falta de ar estava presente.

— hum. Ele é trouxa de perder uma mulher como você. — dou um sorriso a ela, suspirando e encarando seus cabelos enormes.

— você gosta do seu cabelo assim? — mudo de assunto. Ela os pega na mão, os encarando.

— eu gosto, acho que tô acostumada. Papai nunca cortou nossos cabelos até irmos morar com a dona Magda. — tinha felicidade nos olhos, mas logo se apagou. — ela não gostava de eu e Loren com cabelos desse tamanho, e nos obrigava a lavar eles com sabonete. — meu Deus. — meu irmão sempre disse que não podia, por que estraga.

— olha, uma coisa que eu só fui poder cuidar depois que ganhei meu primeiro salário, era de mim. — sentamos na cama e eu peguei em seus cabelos.

Estavam bem macios depois do banho que ela tomou ontem antes de dormir. Usou cada shampoo e creme que estava em meu banheiro.

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