64° capítulo

573 26 0
                                    

Jay.

Eram 3h da madrugada. Estava subindo com um pouco de água e o remédio que eu achei para dar a Sarah.

— eu manchei o seu lençol favorito. — disse chorona sentada dentro da banheira, como se tivesse voltado de uma festa da qual bebeu muito e se arrependeu.

— não tem problema, eu não vou brigar com você, linda. — dei um sorriso mostrando que estava tudo bem.

— acho que manchou o colchão também. — levou as mãos ao rosto e eu suspirei não ligando de verdade.

Depois da foda mais cedo e do banho sensível que tivemos, fomos dormir depois de algumas trocas de carinho entre a gente. Sarah ficou extremamente carente e reclamou de dor na barriga, mas em nenhum momento associamos isso a cólica.

Mais tarde, agora pouco, fui acordado com ela assustada dizendo que estava toda molhada.

Quando eu liguei a luz era sangue, e bastante sangue.

Era mais engraçado ver o desespero dela dizendo que não parava de sair. Eu não sei como é a sensação, muito menos como ela sente saindo algo líquido, mas correu pro banheiro e eu fui ajudá-la.

Depois disso a cólica veio e não estávamos preparado, mas eu tinha um remédio que era pra dores musculares e que estava escrito "cólica". Creio que irá ajudar.

— eu não tô bravo. — tiro a mão de seu rosto. — não consigo brigar com você por algo tão banal. Toma o remédio. — ela tira as mãos do rosto, seus cílios estava bem molhados assim como as bochechas.

Ela engoliu o remédio com a ajuda da água e reclamou logo depois, alegando o fato de odiar tomar remédios pois eles parecem ficar presos na garganta.

Mas era necessário pra dor passar.

— fica aí um tempo até a dor passar que eu vou colocar um lençol limpo, tá bom? — nega, segurando o meu braço.

— eu vou limpar.

— Sarah. — faço ela me olhar. — foi um acidente, eu limpo. — eu entendia por que ela estava assim, mas não quero que ela pense que eu vou brigar por tudo. — oque foi?

Ela se tremia toda.

— é que... Fiquei assustada por que achei que você me bateria. — curvo as sombrancelhas achando aquilo uma confissão muito forte.

— nunca faria isso. — me aproximo dela, me agachando ao lado da banheira. — eu nunca faria isso. — digo mais sério enquanto ela chora me olhando, e ali eu já entendi muita coisa.

— da última vez que eu fiz isso na cama de outra pessoa, eu apanhei. — eu não queria imaginar Sarah nas mãos de John, mas eu não acho que ela está falando de algum outro homem ou até mesmo da Clare, que nunca faria isso. Mas nesse momento adoraria pensar que ela falava mesmo da amiga.

— eu nunca vou tocar um dedo em você de novo. — digo firme. — e mesmo se eu tocasse, nunca seria por que você manchou a minha cama de sangue. — ela concorda. — tá bom? — continua concordando. — então fica aí até a dor passar, a água vai demorar pra ficar gelada. — estava pelando de quente, do jeito que ela gosta.

Peguei o copo e logo desci com o lençol da cama e o de se cobrir, além de suas roupas também.

Coloquei tudo junto na máquina de lavar com bastante produtos.

Eu nunca vi uma calcinha cheia de sangue, isso me fez pensar nas palavras de Sarah. Eu não consigo acreditar que o próprio pai fez algo com a própria filha, porém consigo imaginar uma calcinha de criança dessa mesma maneira, igual Sarah descreveu que já apanhou por isso.

• Paixão Obsessiva Onde histórias criam vida. Descubra agora