Jay.
Já não aguentava mais passar meu perfume pelo quarto inteiro. Mesmo que tudo estivesse trocado e aquelas roupas de cama lavando.
O cheiro dela continua aqui. Eu sinto.
Mesmo que não tenha mesmo, ainda sim estou sentindo o seu cheiro. Me acostumei a senti-lo.
— desculpa por ter feito a senhora gostar tanto dela, mãe. — me encaro no espelho, me olhando no fundo dos olhos e a vendo ali.
Meu corpo musculoso e tatuado estava repleto de suor, enquanto eu me apoiava na pia gelada do banheiro.
Treinei tanto e por um tempo contive aquela sensação de querer buscar Sarah agora, sem mais nem mesmo não importa o tanto que ela me contrarie. Mas agora estava sendo torturante de novo.
— ela não é a garota certa, ela... — ri baixando a cabeça, lembrando de cada sentido que me fez querer Sarah diariamente. — ela quer viver na cidade, continuar defendendo um monte de merda e ter aquela loira no pé dela todo santo dia.
Não que essas coisas me incomodassem, mas eu queria que me fizessem ficar incomodado. Oque era difícil.
— as coisas seriam tão mais fáceis se desse tempo de ter fugido. — me encaro novamente, agora pensando em meu pai.
Pelo que a polícia disse, ele chegou em casa, — e de fato foi dessa maneira, ele sempre chegava tarde, — e alguém o seguiu quando ele entrou, começando a briga lá em baixo até que minha mãe descesse.
John o apunhalou várias e várias vezes até que ele estivesse impossibilitado de ajudar a minha mãe, que foi a próxima.
E Dylan...
Sinto lágrimas de raiva brotar em meus olhos.
— desculpa por não ter salvado as nossas irmãs. — Sophya era só um bebê... Nancy foi atacada brutalmente, eu lembro dela gritando e chorando.
Lynn e Sophya devem ter morrido rapidamente, sentindo bem menos de dor que nossos irmãos e pais. Morreram dormindo...
Eu lembro de ver Nancy estirada no chão, quando eu passei pelo quarto de Lynn e Sophya para poder pular pela minha janela e fugir. O quarto de meus pais davam para frente. John me veria.
Talvez elas tivessem alguma porcentagem de vida. Talvez eu tivesse conseguido pular com elas pela janela. Fraturei o meu pulso naquela noite, mas sobrevivi.
Me pergunto, se eu tivesse sido um homem de verdade, teria conseguido salvá-las?
Solto uma risada sarcástica e assustadora, me encarando chapado pela maconha de 10 minutos atrás.
— pode falar, Dylan, eu fui um merdinha. — fecho os olhos rindo mais. — eu realmente fui. Um cagão. Um egoísta sem noção. — dou um passo pra trás me encarando no espelho. — mas se eu tivesse ajudado, eu teria morrido também. — agora fecho a cara, me encontrando em total raiva e desgosto. — e se eu morresse, nunca teria a chance de vingar vocês... De fazer aquele verme sofrer da mesma maneira que sofremos. — soco o porcelanato do banheiro e meu punho não dói nem um pouco.
Tampouco a raiva cessou, mas se eu continuasse teria que limpar tudo depois, então apenas me dirigi ao box para relaxar os músculos.
Quando a água sublinha as minhas costas, solto um suspiro pesado e tento relaxar. Mesmo que John persista em vir na minha cabeça, trazendo Sarah consigo não da maneira que eu queria.
John a ama, mas em meus pensamentos mais sombrios, ele a machuca.
E eu sempre estou lá pra atormentá-lo.
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• Paixão Obsessiva
Romance- que tudo se foda. - Disse ela. E seu assassino a fodeu dia e noite incansavelmente, enquanto ela implorava por mais. Sarah é filha de um dos maiores assassinos dos Estados Unidos. Além de crescer com traumas precisa sempre andar escondida pois seu...