just friends... right? - jenlisa

22 - Nightclub II

Lisa's Pov...
[24/03/2021]

Precisava me distrair. Ir à boate era a distração perfeita. Eu não conseguia nem pensar em transar com outra garota. A imagem de Jennie pedindo para que eu fodesse ela não saía da minha cabeça. Vê-la com Marco me destruiu mais do que eu estava esperando. Minha vontade de socar ele ainda era alta – muito alta. Jennie também se arrumava para sair. Afastei a ideia de que ela iria sair com Marco; afinal, eles não estavam mantendo contato, não é? Notei que ela me observava, talvez pensando se perguntava algo ou não. Antes de ela sequer abrir a boca, eu pergunto:

— Pra onde vai?

— Sair com uns amigos. - Eu ri. Em todas as suas "saídas noturnas", ela dava a mesma desculpa, tanto que eu já nem acreditava mais.

— Sempre a mesma desculpa. - Disse sem fazer contato visual com ela. Eu sabia o que ela estava vestindo. Talvez se eu olhasse para ela, não conseguiria disfarçar o quanto ela estava atraente e eu não queria isso.

— E você? - Ela perguntou, na expectativa de que eu iria responder. Apenas peguei meu casaco e saí do quarto. Eu tinha de evitá-la, não conseguia nem olhá-la na cara depois daquele surto de ciúmes. Eu sei, é ridículo, mas tenho medo. Medo de perdê-la. Medo de estragar tudo. Jennie foi a única que se importou de verdade comigo, por mais brega e clichê que isso soe, mas é a mais pura verdade.

— Você chegou. - Camila disse assim que entrei em seu campo de vista. Ela estava linda, mudou desde a última noite em que nos vimos. Na noite em que transei com ela e parti seu coração por ter ido embora de manhã cedo sem falar nada. Mas não tão linda quanto Jennie. O que estou pensando?!

— Oi, Mila. - A chamei pelo apelido, mas me pareceu uma má ideia. A chamava assim antes de nos envolvermos sexualmente, e ela adorava.

— Oi, Lalisa. - Ela também adorava me chamar assim. Adorava tanto que até gemeu isso em meu ouvido. Imagina Jennie gemendo assim pra mim. Meu Deus! Se controla, Lalisa. — Já pegamos uma mesa. - Ela me levou até a mesma. Mina, a garota loira com quem transei na festa na casa da Jinni, estava lá. Ela sorriu como cumprimento e depois desviou o olhar. Tinha gostado dela. Ela não ficou choramingando por eu ter ido embora. Ela também não queria nada sério. Pra ela, era uma coisa de uma noite só.

Após conversas, risadas e muitos drinques, eu fui para a pista de dança acompanhada de Mina, Sana, Momo e Camila. A noite estava sendo incrível. O som alto e as pessoas pulando fazia o chão tremer. O álcool já estava fazendo efeito nos nossos corpos. Reconheci alguém na multidão, alguém muito familiar. Conhecia muito bem aquele corpo definido, o vestidinho preto de alcinhas, os cabelos castanhos abaixo dos ombros. Jennie.

Mas que porra ela fazia aqui? Mais alguns segundos parada a observando, e percebi que ela não estava sozinha. Estava com o filho da puta do Marco. Eles estão se abraçando, dançando juntos. As mãos dele no corpo dela me provocava uma sensação, um desconforto horrível. Ela rebolando, se agarrando nele. Mas que... inveja. Até que ela colocou seus braços em volta do pescoço dele, murmurando alguma coisa e depois selando os lábios aos dele.

Sem pensar duas vezes, eu fui até lá. O que iria fazer ou dizer? Eu não fazia a mínima ideia. Olhei para a bunda de Jennie, uma das mãos dele repousava lá. Quem ele pensava que era para tocá-la dessa forma? Será que eles...? Eu nem gostava de pensar na possibilidade. Fiquei parada a uma distância segura, ainda os observando. O beijo tinha sido aprofundado, mas após provavelmente sentirem que estavam sendo observados, pararam.

— Ah, oi, Lisa. - Jennie falou, o desconforto evidente em sua voz e expressão. Ela não pareceu nada surpresa em me ver ali. Será que já tinha me visto? Por que não veio falar comigo? Talvez porque nos últimos dias eu tenho sido a maior pau no cu com ela. Olhei para Marco, e ele parecia estranhamente desapontado.

— Estou atrapalhando? - Me fiz de sonsa. É claro que estava e estava adorando isso.

— Sim. - Para minha surpresa, quem respondeu foi Jennie. Isso doeu. — Quer dizer... - Ela olhou para Marco, e ele a encarou de volta, o desejo brilhando em seus olhos. Ela desceu seu olhar para o meio das pernas dele, o volume evidente em suas calças. — Sim. - Jennie estava querendo ver o que tinha atrás daquela camada de tecido ou era apenas coisa da minha cabeça?

— Nini... - A chamei pelo apelido e não me arrependi nem um pouco. — Tem um segundo? - Ela olhou para Marco. Parecia decepcionada, talvez aquele arrombado tenha deixado minha Nini com tesão. Minha Nini?

— Vai lá. - Ele disse. Ela roubou um beijo dele, e ele pareceu sorrir. Filho da puta. Peguei-a pelo braço e a levei até os fundos da boate. A música cessou lá fora. Jennie ficou ainda mais bonita com as luzes amareladas dos postes que iluminavam o beco.

— O que você...

— É sério? Ele? - A interrompi.

— Como assim?

— Tá namorando aquele filho da puta? - Ela soltou uma risada sarcástica.

— O que você tem a ver com isso? - Sou sua amiga, quero o melhor pra você, e o melhor com certeza não é ele, penso, mas não digo. Sabia como Jennie ficava triste quando dizia que éramos amigas. Não foi à toa que ela pediu para transar comigo.

— Eu...

— Quando você souber o que falar, a gente conversa. - Ela se preparou para andar, mas eu a segurei pelo braço.

— Me dói ver você com ele. Me dói ver você com qualquer outra pessoa.

— Lisa... - Eu a beijei. Beijei da forma mais carinhosa que eu podia. Quando seus lábios macios e carnudos tocaram os meus, senti um enorme peso se esvair do meu corpo. Ela estava surpresa, mas não deixou de retribuir o meu beijo. E que beijo. Pena que eu não pude tirar o seu bv.

Me sentia estranhamente bem quando ela estava comigo. Me sentia bem quando sentia seu cheiro, quando ouvia sua voz, quando ouvia sua risada, quando via seu sorriso. Jennie me fazia ser brega, me fazia ser uma pessoa totalmente diferente, me fazia sentir o que eu não queria sentir...