just friends... right? - jenlisa

48 - Favorite song

Jennie's Pov...
[10/07/2021]

— Pra onde você tá indo? - Ela não respondeu. Tive que seguir ela para não ficar sozinha em um lugar praticamente desconhecido. Foi quando ela entrou em uma lanchonete simples, e eu a perdi de vista. Tinha de entrar lá também, para poder saber o que ela foi fazer ali.

— Estou com fome. - Sua voz séria ressoou atrás de mim enquanto eu a procurava. Por que ela sempre fazia isso? Aparecia atrás de mim do nada?

— Era só ter dito. - Me virei para encará-la. A observei sentar em uma das mesas do local. Ela fazia o lugar parecer pequeno por ser alta. Estava um ambiente confortável ali. Adorava lanchonete simples, sem muita riqueza ou coisas chiques.

— O que vai querer? - Ela me olhou por cima do cardápio, os olhos pretos fixos em mim, olhando a minha alma.

— Qualquer coisa. - Ela franziu o olhos e olhou para o cardápio como se não estivesse enxergando nada que estava escrito.

— Não tem isso aqui. - Ela virou algum tipo de comediante? Seu humor estava meio quebrado desde de o dia em que se declarou pra mim. Não foi bem isso o que aconteceu, mas gosto de pensar assim.

— Então deixa eu ver o que tem aí. - Tomei o cardápio de suas mãos. Tinha muitas opções boas, mas eu queria um simples, com pouca coisa. Não podia comer demais, senão minha barriga ficava inchada, e eu não queria isso. — Acho que esse aqui. - Virei o cardápio em sua direção e apontei para o nome do sanduíche.

— Hype boy?

— É o nome do sanduíche. Parece que são nomes de músicas. - Eu olhei para o cardápio mais uma vez. — Hype Boy é do NewJeans. Tem um chamado Die For You. - Ela olhou pra mim sem entender. — É uma música do The Weeknd. - Como ela não conhecia? — Você precisa para de escutar músicas dos anos 80. - Botei o cardápio na mesa.

— Mas eu gosto de músicas dos anos 80. - Pegou o cardápio e começou a folhear. Até que parou e sorriu. — (I've Had) The Time Of My Life. - Ah, não. Colocaram a música favorita dela no cardápio. — Vou querer esse.

— E se for ruim?

— Não é. - Ela falou com tanta firmeza que eu torci para que fosse ruim e ela odiasse. — Lembra quando assistimos Dirty Dancing? - Afirmei. — Fiquei com a música na cabeça. Agora é a minha favorita.

— E eu tive de suportar você cantando.

— I've had... - Começou a cantarolar e parou para ver a minha reação. Eu implorei que não, mas de nada adiantou. — the time of my life... - Cobri o rosto com as mãos, fingindo choro. — No, I never felt this way before. - Tinha esquecido que Lalisa cantava bem. Percebi que ela tinha parado, então tirei as mãos da cara e a olhei. Ela parecia querer algo... queria que eu cantasse junto com ela. — Vamos lá. Sei que você adora essa música. - Eu ri.

— Yeah, I swear, it's the truth. - Cantei baixinho.

— Não ouvi. - Ela levou o corpo pra frente, tentando me ouvir. Ela vai fazer eu cantar essa música mais alto? Eu estava achando divertido. O seu humor estava me deixando feliz. Era melhor do que ela sendo seca e rude comigo.

— Yeah, I swear, It's the truth... And I owe it all to you. - Agora ela estava sorrindo, estava feliz por eu ter cantado em alto e bom som. Ela riu.

— Tá vendo? Essa música é muito boa. Eu sei que você adora. - Ela cruzou os braços., e eu acompanhei o movimento, encarando seus peitos. Aquela blusa caía muito bem nela, marcava bem os ombros e deixava os peitos bem destacados. Como conseguia ser tão atraente e bonita?

Ela levantou um dos braços e acenou para alguém, um sorriso muito bonito no rosto. Para quem ela estaria acenando? Será que era alguma garota? Ela acenaria assim para outras garotas depois de se declarar para mim? Eu acho que não. Mas meu coração gelou ao vê-la acenar pra alguém. Quem seria? Por que estava sorrindo tanto? Foi quando ela abaixou a mão e segundos depois o garçom do local apareceu. Acho que estava ficando maluca... ou, em outras palavras, paranoica.

— Vou querer esse. - Apontou para o cardápio. — E esse. - Folheou e apontou novamente. O garçom anotou e foi embora. — Quer algo a mais? - Ela me olhou e parou. — O que houve? Está parecendo uma pimenta. - Ela abriu um sorriso lindo, lindo até demais.

— Nada. - Desviei o olhar para a janela. E ela riu.

— Você fica muito bonita quando está com vergonha. - Pensei estar ouvindo coisas, mas não estava. Acho que nem mesmo ela acreditou no que disse. Comecei a rir de nervoso.

— Quero... quero água. - Disse, tentando mudar de assunto.

— Ah, claro. - Ela chamou o garçom novamente.

Por que estávamos agindo assim? Era como se fossemos adolescentes que se gostam, mas não tem coragem de dizer um para o outro e ficam sem jeito quando estão juntos. Talvez porque éramos exatamente isso. Eu gostava dela. Talvez fosse amor ou algo mais forte, mas tinha medo de não ser recíproco... e eu acabar magoada. Mas era tão bom estar junto com ela, era tão bom esquecer os maus momentos, era tão bom me divertir junto com ela, rir de coisas sem graças e não conseguir parar de sorrir.