Lisa's Pov...
[10/04/2021]Fazia exatamente cinco dias desde de o que aconteceu no banheiro. Ainda não tinha esquecido. Como poderia? Jennie gemendo meu nome, seus gemidos incrivelmente bonitos ecoando por todo o banheiro, enquanto eu mexia meus dedos dentro dela. Ah, porra! Só de lembrar meu coração acelerava. O quê? Não. Tinha que parar de pensar nisso.
Jennie não estava nem um pouco feliz. E eu entendia. Depois do ocorrido – vamos chamar assim –, eu estou evitando-a novamente. Eu sabia que era errado, mas não queria me apaixonar. Jennie era uma garota incrível, nós não passávamos de amigas, mas por que meu coração acelerava sempre que eu a via passando pelos corredores? Por que parte de mim ainda queria beijar ela e fazer mais um milhão de atrocidades?
Eu amava Jennie, mas apenas como amiga. E eu sabia que ela queria algo a mais do que só amizade, estava óbvio, estava praticamente estampado em seu rosto. Mas eu... eu não podia fazer isso, não podia me apaixonar. Jennie merecia algo melhor, e eu sei, é clichê, mas era verdade.
Depois que o meu pai morreu, minha mãe ficava com vários homens, mas um fez com que ela parasse de ser desse jeito. Todos os dias, minha mãe aparecia com um machucado diferente. Eu era muito nova para entender. Um dia, eu vi o homem com outra mulher no quarto da minha mãe e contei tudo para ela. Ela não acreditou, é óbvio, mas um dia ela viu com os próprios olhos e o perdoou. Ela perdoou o filha da puta. Até que ele foi embora. Desde esse dia, minha mãe nunca mais ficou com ninguém, me ensinou que o amor é uma fraqueza e depois foi embora, me deixando com a minha vó.
Agora me diz, uma criança de 5 anos merecia isso? Não vou me arriscar. Não vou ser igual à minha mãe. O amor nos torna fracos, nos faz baixar a guarda, nos faz ficar vulneráveis. E é por isso que eu estava evitando Jennie. Queria afastar esse sentimento, queria me livrar, mas nada. Estou tentando desde a festa na piscina, mas esse sentimento não para de crescer. Cada vez que a vejo, eu me sinto estranhamente bem, até que eu lembro da minha mãe, lembro que estou evitando ela e que se eu voltar a falar com ela vou sentir a porra desse sentimento ainda mais forte.
— Lisa. - Nayeon me chamou, me tirando dos meus pensamentos. — Vai participar da peça, não vai? - Eu a olhei. Que peça? Acho que estava evidente em meu rosto que eu não sabia o que estava acontecendo, então ela falou: — Romeu e Julieta. A peça teste.
— Ah, sim. Vou. - Arfimei. Já li essa obra de Shakespeare várias e várias vezes, seria fácil, eu acho.
— Segunda começa os testes para os papéis.
— Você daria uma ótima Julieta. - Falei com um sorriso no rosto. Ela sorriu, envergonhada.
— Te vejo outro dia. - Ela falou, indo embora e acenando pra mim. Sorri e acenei de volta.
— Ô, sua filha da puta! - Olhei para a direção da voz com as sobrancelhas erguidas. — Você mesmo. - E lá vinha Ningning, com fogo brilhando em seus olhos. — Qual é a tua? - Perguntou, a raiva evidente em sua expressão. — Não se faz de sonsa que você sabe do que eu tô falando. - Pior que eu sei. — Por que você fez isso? - Provavelmente Jennie contou tudo para ela, e agora ela está com raiva de mim.
— Como ela está?
— Não muda de assunto. Por que tá evitando ela?
— Eu...
— Tem noção de como ela está? Não, né, porque você está dias sem olhar ela na cara. - Merda, ela vai me deixar falar ou vai ficar esfregando tudo isso na minha cara?
— Ningning...
— Escuta aqui. Não faz mais isso. Se você não quer porra nenhuma com ela, deixa ela em paz. Deixa ela foder com qualquer um que ela quiser, deixa ela viver a vida dela. Não vem querer atrapalhar, não, por causa de ciúminho de amiga.
— Deixa eu...
— Não tá óbvio que ela não quer mais ser sua amiga? - Aquilo me doeu. — Não quer mais ser apenas sua amiga. - Corrigiu. Sim, eu sei, Ningning, mas, porra, você não me deixa falar.
— Posso falar agora? - Ela assentiu com a cabeça. — Estou me afastando para ela tirar essa ideia da cabeça dela. Não quero tirar a virgindade dela... mas também não quero que outra pessoa tire. - Ela semicerrou os olhos, as mãos na cintura. — Eu... me sinto horrível cada vez que eu a vejo. - Ela abriu a boca para falar, mas eu falei antes: — Ela precisa me esquecer, precisa parar de pensar em perder a virgindade.
— Você não decide isso, Lisa.
— Eu sei, eu sei. - Sentia lágrimas teimosas se formarem em meus olhos. — Eu só...
— Você quer ela, não quer? Mas ao mesmo tempo não quer se apaixonar porque tem medo de alguam coisa dar errado. - O quê? — Você acha que ela merece coisa melhor do que você, mas também não quer que ela fique com outra pessoa, e esse ciúme aí que você sente não é ciúmes de amiga.
— Mas o quê?
— Me diz aí, vai. Tô certa, não tô? - Disse, se gabando de forma sutil. Hesitei, mas concordei. Ela sorriu.
— Como você sabe tudo isso?
— Eu leio livros. - Rá, ótima explicação, Ningning. — Agora, larga de ser babaca e fala com ela. E não vem falar "ai não sei o quê", porque eu não tô nem aí. Você vai falar com ela, vai beijar ela, vai... foder ela, se quiser, e vocês vão ficar felizes para sempre.
— Isso não é um livro, Ningning.
— É claro que não. - Pôs as mãos na cintura de novo. — Você já viu algum casal de livro terminar com um final feliz? - Abri a boca para protestar, mas ela me interrompeu. — Vamos, anda. - Começou a me empurrar. — Ela está mal. Você precisa falar com ela. Ela precisa da melhor amiga, se é que podemos chamar vocês assim.
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just friends... right? - jenlisa
FanfictionFinalizada Enquanto Lalisa lutava contra o sentimento de se apaixonar pela melhor amiga, a ideia de perder a virgindade não saía da cabeça de Jennie. Lisa G!P Casal Secundário : Changhyunlix (história completa: https://www.wattpad.com/user/whyl...