55 - Now or never

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Jennie's Pov...
[15/07/2021]

Acho que não conseguia mais disfarçar. Ficava mais óbvio a cada dia, a cada troca de palavras, troca de olhares e, com toda e absoluta certeza, a cada toque. Acho que não era mais um segredo, dava para notar meus olhos brilhando toda vez que olhava para ela à centenas de milhares de quilômetros – era como a luz e calor de uma estrela que acabara de ser feita, criada por uma nebulosa, milhões de vezes maior que o nosso Sol, para ser mais exata.

Ningning já percebera algumas vezes. Sullyoon já questionou se eu gostava de alguém; apesar de ela não ter especificado de quem estaria falando, sabia exatamente que estava se referindo a ela. Será que eu deveria declarar o que eu sentia? Se ela sentisse o mesmo, teria falado, não teria? E se, quando eu lhe falasse exatamente o que sentia por ela, eu acabasse estragando nossa amizade? E se isso o que eu sentia não fosse recíproco? Casos de amor não correspondido aconteciam sempre. Mas será que era amor?

— Até agora você não contou como foi suas férias. - Seu tom de seriedade me surpreendeu. Das trilhões de vezes que eu a escutei falar, nunca a ouvi falar de forma tão séria. O que eu falaria pra ela? Que eu passei as férias transando? Que fiz Lalisa gozar dentro de uma banheira?

— Normal. - Rá, normal uma ova. A não ser que o meu normal se iguale a transar até perder as forças, eu estava falando a verdade. Ela não questionou. O que estava acontecendo com Ningning?

— Você tá mentindo. - A escutei sussurrar.

— O quê?

— O quê?

— Eu não tô mentindo.

— É claro que está. Você foi com o cu na mão e voltou com os olhos cintilante, brilhando como se fossem fogos de artifício. - Aí estava a Ningning que eu conheço. — Te contei de trás pra frente, de cabo a rabo como foram minhas férias e você me vem com um "normal"? Qual é, conta outra! - Ela parou e me olhou, parecia estar vendo minha alma, lendo minha mente. — A não ser que você tenha passado suas férias transando. Aí, meu Deus, você é uma pervertida!

— Cala a boca.

— Me conta, vai.

— Nós transamos.

— Onde? - Que tipo de pergunta era aquela? O pior era que eu tinha a resposta que ela queria; ou melhor, as respostas.

— No chão. - Sua expressão dizia "continua". — Em uma banheira. - Ela fez que sim, sabia que tinha mais. — No banheiro. - E não acabava por ali. — No carro dela. - Ela apareceu intrigada. — E na cama. - Acho que nunca esqueceria. Ainda estavam na ordem cronológica na minha cabeça.

— Aconteceu mais alguma coisa ou vocês só transaram? - Eu deveria falar daquele dia em que ela disse que gostava de mim? Ah, foda-se.

— Ela disse que gosta de mim.

— Tá, e o que mais? - Por que ela não deu importância pra isso? Como ela deixou passar uma coisa desse tipo? Ningning era curiosa ao ponto de querer saber os detalhes de todos os detalhes.

— "E o que mais"? - Questionei, as sobrancelhas arqueadas, à espera de uma resposta. Ela pareceu não compreender. Depois percebeu e riu.

— Calma, você não sabia que ela gostava de você?

— Hã?

— Acho que tá óbvio pra todo o mundo que ela gosta de você. Já viu a maneira como ela te trata? - Lembrei do dia em que estávamos nos formando, no dia em que Yeji me fez esse tipo de pergunta. Podia até ser verdade, mas o jeito que ela me tratara algumas vezes me deixou em dúvida, me fez questionar sobre nossa amizade.

— Não tô falando de gostar de amigo.

— E quem aqui está falando disso?

— Você sabia? - Ela afirmou. Disse que era óbvio. E que meio que ela já tinha dito isso pra ela. — O quê?! - Exclamei quando ela acabou de se explicar. De acordo com ela, no dia em que Lalisa apareceu para tentar fazer as coisas voltarem ao normal, ela tinha dito que gostava de mim, com discrição, mas tinha dito.

— Pois é. Fui a primeira a saber. - Ela estava se gabando. — E eu acho que vocês têm que falar uma pra outra. Vocês seriam o casal mais bonito da faculdade. Namoro de faculdade dura, viu. - Foi a primeira vez que não gostei quando ela foi sincera. Ela era sincera assim o tempo todo?

— Você acha que eu deveria? - Foi quando eu me toquei. — Calma, o quê?

— Tá óbvio que você gosta dela. Agora é só ir lá, falar o que sente, e tudo vai dar certo. - Será que daria mesmo? Acho que não deveria confiar tanto assim na palavra dela, mas...

— Precisamos conversar. - Já era noite – quando o tempo passou tão rápido? –, e eu tinha a levado até nosso quarto sem dizer nada; apenas a puxei pelo pulso até chegar aqui. Foi quando murmurei essas palavras que me deixaram nervosa. É agora ou nunca, agora ou nunca, agora ou... — Eu gosto de você.

— O quê?

just friends... right? - jenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora