59 - Is this jealousy?

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Jennie's Pov...
[05/11/2021]

Meus olhos se encheram de lágrimas assim que Jeongin terminou de explicar pelo que estava passando. Aquilo era uma injustiça, nem ele nem ninguém merecia passar por aquele tipo de coisa. E o pior de tudo era o fato daquilo atrapalhar seus estudos. Eu só queria poder abraçar ele e ajudar com o que ele precisasse. E foi o que eu fiz. Envolvi meu braço em seu ombro, segurando a mão do mais novo na minha, ao passo que ele ainda derramava lágrimas descontroladas.

— Já passei por isso, Jeongin. Sei como é difícil. Mas o que tiver que acontecer, vai acontecer. E vai ficar tudo bem depois. Acredite em mim. - Tentei. As lágrimas do garoto não paravam de cair. Deixei que ele repousasse a cabeça em meu ombro. Qualquer conforto já seria bom.

Jeongin não tinha ninguém. Um garoto que veio de Busan e é o mais novo de toda a turma, de toda a faculdade, não encontra amizades tão facilmente. Não por escolha própria, mas sim por escolhas dos outros. Todos tinham um leve preconceito em fazer amizades com pessoas mais novas, diferentes, digamos assim. E Jeongin era diferente, ainda mais por ter vindo de Busan. Ele ainda tentava se acostumar com o dialeto, com a cidade, com as pessoas. Ele estava se esforçando, tanto nisso quanto nos estudos. Não era fácil pra ele, ainda mais agora com todos esses problemas invadindo sua cabeça.

— Que porra é essa? - Ambos tomamos um susto pela voz repentina. Lalisa estava parada na porta do quarto, a mão ainda pairando na maçaneta. Quanto mais eu demorava para me explicar mais as pontas dos dedos dela ficavam esbranquiçados. Sua feição não estava nada suave, parecia mais frustração. — Vão me explicar o que tá acontecendo ou vão ficar me olhando com cara de gato perdido? - Nem um de nós se pronunciou. Não já tava claro o que estava acontecendo? — Quem é esse?

— Lisa... - Foi o que saiu. Jeongin se levantou, secando o rosto com as mãos.

— Melhor eu ir embora. Obrigado, senhorita Kim. - Lisa nem deu espaço para o mais novo passar, o mesmo teve de se espremer para poder deixar o quarto. Foi só quando o menino não estava mais ao alcance de vista que Lisa se virou pra mim. A cara de quem pedia por explicações.

— "Obrigado, senhorita Kim"? Obrigado pelo que, Jennie? - Dava para notar o ciúmes por toda parte. Seja na linguagem corporal ou na feição. Ela nem se deu ao trabalho de perguntar se Jeongin estava bem. Ela simplesmente só enxergou o que ela quis enxergar: Eu. Em um quarto. Com um menino. Completamente a sós.

— Você tá de brincadeira?

— Obrigado pelo o que, Jennie? - Não consegui segurar a risada debochada. Por que ela estava irritada? Por que eu estava irritada? — Do nada você me aparece com um menino aleatório dentro do nosso quarto e ele vai embora assim que eu chego?

— Por que você não me deixa explicar primeiro?

— Por que você não explica? Sinceramente...

— O quê? Hein? O que você acha que a gente tava fazendo?

— É difícil de saber se você não explica. - E assim começamos mais uma discussão. — Você vem no nosso quarto com um menino e não se explica. O que você acha que eu vou pensar?

— Eu não sou sua. - Seu olhar mudou drasticamente. Tá, talvez eu tenha estragado as coisas. — Não somos nada além de ficantes, não é? - Droga. Por que eu não calo a minha boca? Tinha que ter uma explicação razoável para a minha raiva. Talvez a raiva e a falta de sono tenham me deixado em paciência. Tentei me acalmar. — Acha que eu faria aquilo com qualquer um? - Ela ficou calada. Sim, ela achava... Mudei de expressão assim que me toquei. Ela não confiava em mim. Se achava que facilmente "trairia" ela, era porque ela não confiava em mim o suficiente. — Entendi.

— Jennie... Eu não quis... Não quis que passasse essa impressão. - Começou a se explicar. Claro que não queria demonstrar, ninguém quer. Tentei me virar, mas ela me puxou pelo braço, ficando próxima de mim, segurando meu braço com delicadeza, sua outra mão vindo até minha bochecha. — Eu só... - Ela não consegue falar. Porra, é claro que não consegue.

— Fala. - Dei um minuto para ela. E nada. — Não consegue, não é? Você tem medo. Medo de se entregar a esse sentimento que você sente. - Cutuquei o peito dela com certa força. — Essa dor que você tá sentindo aqui não é infarto. É ciúmes, Lalisa. Você só tem que admitir. - Ela ficou calada... de novo. — Não fizemos nada, se é isso o que você quer saber. Eu só estava ajudando ele. - Passei por ela pra poder sair do quarto, mas antes que eu pudesse sequer abrir a porta, ouvi sua voz sussurrar:

— Desculpa. - Tenho que admitir que aquilo doeu meu coração. Seu tom arrependido deu certa pena. — Eu não consigo. - Ela apenas confessou o óbvio. Senti seu olhar em mim, então me virei, soltando a maçaneta. — Jennie, podemos ter um... lance implícito? - Puta. Que. Pariu. Vocês sabem a definição de lance implícito não sabem? Algo que se manifesta apenas por atos, sem usar palavras, frases, verbos, adjetivos, sentenças, orações, substantivos. Apenas atos. Atos que diziam mais do que mil palavras. Sequer tive tempo de assentir, sua boca já tinha tomado conta da minha. Foi quando eu parei e a olhei.

— Admite. - Nos encaramos. — Admite que você estava com ciúmes. - Notei a hesitação em seu olhar. Senti seu corpo enrijecer e suas mãos me apertarem com mais firmeza.

— Jennie... - Não esperava nada. Eu só queria ter certeza de que ela realmente não conseguia expressar. Mas... — Tenho medo de te perder.

just friends... right? - jenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora