Capítulo 114

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Skyler

O meu corpo protesta por estar a horas na mesma posição. Por mais que meu corpo regenere rápido, ainda sentia dores fantasmas da sessão de tortura que Liam me fez passar. Estava escuro e a única luz que eu via era o infravermelho da câmera no canto superior da parede. Às vezes me perguntava quem estava do outro lado, me vigiando. Com certeza alguém que aprecie o meu sofrimento. Não sabia quanto tempo estava ali, se a guerra já começou ou se tudo deu errado, nada poderia ser ouvido aqui de baixo a não sei a passagem de ar dos canos ou minha respiração.

Holly, o seu rostinho choroso não sai da minha mente. Era uma tortura imaginar o que poderia está acontecendo com ela. As surras do Liam não eram nada comparado a culpa que insistia em rastejar sobre minha cabeça. Será que estava bem, se alguém a...

A porta é aberta e a luz é ligada, fazendo os meus olhos arderem com a claridade repentina.

Passos firmes vinham em minha direção, mas não foram eles que me fizeram abrir os olhos, e sim o balbuciar choroso de um bebê.

— Holly. — sussurro, antes de erguer a cabeça e ver Megan segurando a minha filha nos braços. As mãozinhas fechadas em punho se agitavam, inquietas.

Ela está bem.

Ela está bem.

— Ela está com fome. — sem mais palavras, a minha irmã puxa algo do seu bolso. E com uma rapidez impressionante, sinto a lâmina cortar reto o meu casaco, da gola ao estômago.

Mordi os lábios, reprimindo um gemido de dor. Sentindo a minha pele arder.

Ignorando a linha de sangue que começava a manchar o tecido, Megan puxou o rasgo até revelar uma parte do meu seio, pesado e dolorido pelo acúmulo de leite.

Ela segura Holly rente ao meu peito, que suga com desespero. Ela não deve ter comido nada.

Desculpa.

Desculpa.

Desculpa.

— Obrigada. — me ouço dizer. Meg sopra um riso irônico, como se me achasse tola por dizer tal palavra.

— Não me agradeça, não fui a responsável por interceder por ela.

— Mesmo assim...

— Eu devo lembrar a você do porquê ainda está viva? — ela aproxima o rosto e os fios do seu cabelo, agora mais longos, roçam os ombros. — Liam me quer como alfa, assim que ele enfiar uma faca no coração desse bebê, eu vou enfiar a mesma lâmina no seu coração. — os seus olhos me queimam. — Como ainda pode me agradecer?

— Independente do que aconteça, eu nunca vou deixar de te amar, Meg, eu sei que ele te enfeitiçou, você não é assim...

— Ah! Cala a boca. — desdenha. — Se você estivesse lá fora e não aqui, não pensaria duas vezes em me matar.

Eu nego veementemente com a cabeça.

Paro, quando percebo um detalhe que ela deixou escapar. Lá fora. Então Kal está aqui, ele conseguiu!

Megan dá um meio sorriso quando seus olhos vão para a minha filha que havia dormido. Devia estar tão cansada que nem se mexeu quando Meg a pôs em seus braços com a cabeça em seu ombro.

— Será que se eles a conhecessem como eu te conheço, ainda lutariam por você? — ela para, pensativa. — Quando eu conheci o Mark, ele estava ferido, bem, mas machucado por idiotas preconceituosos. Eu sabia que te encontraria na biblioteca naquele dia, porque você estava a fim de um nerd que frequentava o corredor de física. Eu estava tão ansiosa para te contar que encontrei o meu companheiro e pedi sua ajuda, que não sabia como reagir quando te vi quase transando com aquele cara.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora