Capítulo 44

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Skyler

Mesmo com a minha super força extra, carregar um lobo que pesava toneladas não foi uma tarefa fácil, ele ainda respirava, o que era um alívio, mas infelizmente não pude evitar arrastar o seu corpo ferido pelo solo arenoso da floresta até o casebre. Ele não mudou para forma humana, o que era bom, a transformação só pioraria os seus ferimentos.

A sua grande estrutura lupina ocupava toda a sala, mas era o único lugar segura que encontrei para deixá-lo enquanto caminhava por horas a procura de algumas ervas para ajudar com seus ferimentos mais profundos, a qual sei que vai demorar para cicatrizar estando em sua forma animal.

Depois de encontrar as malditas ervas entre musgo de uma nascente sobre a montanha, retorno para onde deixei o lobo desfalecido. Durante esse percurso refletir tudo o que tinha acontecido. Alguém me quer morta, mas é covarde o suficiente para não fazer com as próprias mãos, me perguntava se Kalel sabia quem era essa pessoa ou pessoas. Suspiro e logo sinto uma leve enxaqueca, pequenos flashes de lembranças confusas rondavam em minha cabeça, imagens de mim, tomando uma xícara de chá, o que me fez parar no caminho, então aquele dia na cabana em que Kalel me ofereceu chá era porque eu gostava?

Outra onda de dor em minha têmpora, dessa vez mais forte, me faz busca o auxílio de um tronco para não cair, cenas em que mãos fortes circulam-me por trás acariciando...

— Não! — arquejo, erguendo a minha blusa e... arfo percebendo um leve volume na minha barriga.

— Oh deuses. — sussurro. Isso com certeza não veia do que comi na cabana nos dias tediosos.

— Argh!!!

***

Passo as misturas de ervas esmagadas e diluídas sobre o ferimento entre a densa pelagem macia e tão escura quanto a noite. Enquanto eu aplicava me segurava para não o bater nele pelo que acabei de descobrir, mas seria como chutar cachorro morto, então, guardo para descontar outra hora, uma em que sei que não vai morrer antes de me explicar por que estava grávida. Céus, só em pensar nessa palavra sinto um frio na boca do estômago.

Assim que termino com seus machucados, fico observando sua respiração rasa e tranquila. Lembrando de suas palavras antes de sair naquele dia da cabana.

Como eu poderia ter confiado a ele o meu maior segredo? Um que prometi para mim mesma que nunca contaria a ninguém. Jamais revelar essa parte obscura da minha vida.

Será que ele sabe que um homem inocente foi punido com a morte, acusado de ter matado o segurança e eu estripei?

Cezen Lesmoth, nunca vou esquecer o seu nome, levarei esse remorso para o túmulo.

Talvez, por não querer ter o mesmo sentimento em relação ao lobo sulista, eu tenha optado por desistir de matá-lo. Querendo ou não, ele me salvou, e serei grata pelo resto da minha vida por isso.

Megan

Era oito da manhã quando entro na cozinha e encontro a minha mãe sozinha, sentada à mesa, mexendo com uma colher o seu iogurte de forma distraída.

— Bom dia. — murmuro sem muito entusiasmo.

— Bom dia, filha. — responde. O seu olhar me segue até me acomodar em uma cadeira a sua frente. Os seus lábios estavam pintados com um vermelho intenso, quase vinho. Um sinal visual que alertava que não estava com um bom humor.

— Liam não vai descer para o café? — pergunta olhando de esguio para a porta.

— Ele não está aqui, teve que sair mais cedo. — digo, enquanto me sirvo um prato de omeletes e bacons.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora