Capítulo 30

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Skyler

— Eu não estou grávida Kalel! — Estava em negação e estressada com tudo o que está acontecendo. Depois de vomitar o que tinha e o que não tinha estômago, tivemos que rondar todo o vilarejo procurando a casa de Lilian, não foi difícil encontrá-la já que tinha aquele maldito cheiro impregnado em todos os cantos. Mesmo se sentindo fraco e nauseado com o odor Kal insiste que meu enjoo é uma gravidez e não o maldito perfume.

— É claro que está! — diz animado, a certeza em seu olhar me paralisa.

Ai merda!

Ele me abraça enquanto fico estática. Por trás dos seus ombros a imagem da humana enforcada em seu próprio quarto não parecia ser o cenário que idealizei quando tivesse essa notícia. Estávamos simulando um suicídio, a única forma de justificar o roxo e o pescoço quebrado. — Você está até com um cheiro diferente, não sabia que poderia ser uma gravidez, mas quando te vi vomitando, a primeiro hipótese que veio em minha mente era que teríamos um herdeiro, não tem outra explicação. — ele me fita com um sorriso enorme e satisfeito de um homem que não se preocupará em parir um mine LOBISOMEM!

Eu sabia! — kate diz.

E você não diz NADA?

E estragar a surpresa?

Reviro os olhos.

Ele toca em meu rosto e diz:

— Está com medo? — se estou com medo? Estou apavorada! Eu sei que a fecundação e a gestação lupina é rápida, mas é difícil acreditar que serei mãe nesse momento de incertezas, deuses, será que serei uma boa mãe? Como vou proteger uma criança dos meus inimigos?

Kalel ver o desespero em meus olhos e me faz encará-lo

— Calma... — diz, e me beija, seus lábios macios me fazem esquecer por um momento os meus temores. — Sei o que está sentindo, eu também sinto. — sussurra tocando o meu ventre com delicadeza. — Eu queria estar gritando para os quatro ventos que serei pai, ao mesmo tempo que queria prendê-la em uma torre para que ninguém tocasse você ou nosso bebê, mas sei que você seria uma prisioneira nada fácil.

— Fico feliz que saiba disso. — saio dos seus braços caminhando pelo quarto de Lilian.

Mãe! Eu serei mãe! Eu não sabia que me engravidaria tão rápido.

Depois que fizemos um tratado de paz com os humanos há milênios atrás, a nossa procriação ficou limitada. Nós lobas só podemos engravidar duas vezes em nossa vida. Somos seres sobrenaturais, vivemos por centenas de anos, se fossemos férteis existiria mais lobisomem na terra do que humanos. Essa nossa limitação não trouxe bons resultados a minha família. A Megan foi a segunda gravidez da minha mãe, ela esperava gêmeos, um menino e uma menina, mas durante o parto tivemos a infeliz notícia de que o meu irmão tinha nascido morto, desde aquele dia Olaf culpou a minha irmã pela morte do bebê. É claro que ela não tinha culpa, mas aquele dia foi a última esperança que meu pai teve de ter um herdeiro homem.

Ando em direção a janela do quarto com a visão dos poucos postes ligados naquela madrugada. Kal me abraça por trás beijando o meu ombro.

— Não pensei que engravidaria tão cedo. — murmuro resignada. Ele ri sobre a minha pele, me provocando uma leve cócega.

— Eu já te falei que tenho uma ótima pontaria? — brinca. Dou uma cotovelada nele.

— Engraçadinho! — o empurro. — Temos que sair logo daqui, vai amanhecer e não queremos que ninguém nos veja nesse lugar, além de que isso aqui fede e não me sinto bem. — Olho para o corpo pendurado da humana. Logo alguém vai sentir falta dela e encontrá-la, talvez aquela sua amiga bêbada.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora