Capítulo 11

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 Skyler

Depois da nossa conversa na cachoeira, me senti diferente em relação a Kalel, mas hoje foi como se a minha razão tivesse cansada de lutar com as minhas emoções. Deuses... tive que usar todas as minhas forças para não beijar aquela boca carnuda, e para piorar, agora ele me deixa com o peso da decisão de deixar rolar. Essa é a última coisa que quero pensar no momento ou vou enlouquecer.

— Vamos ter que caçar algum cervo antes de visitar a feiticeira? — Kalel pergunta enquanto veste a jaqueta, se preparando para parti.

— Não, não será necessário. — joguei minha mochila na mesa e mostrei as notas que estávamos guardadas nela.

— Sei que ela tem preferência por carne como moeda de troca, mas também sei que ela abre uma exceção se tiver uma boa quantia em troca. — Kal chega mais perto olhando do conteúdo e fita-me, intrigado.

— Por que você está andando com tanta grana?

— Eu estava planejando suborna alguns dos seus soldados para saber o paradeiro da minha amiga. — dou de ombro fechando a bolsa. O lobo me encara, incrédulo.

— Você não ia conseguir, os meus soldados são muito fiéis. — levanto uma sobrancelha em desafio.

— Você tem certeza?

— C... claro. — ele põe a mão na cintura com uma falsa postura de confiança.

Não consigo não rir da situação.

— OK, senhor Confiança, eu aposto 1000 dólares que consigo subornar qualquer lobinho da sua alcateia.

— Aposta aceita, mas se você perder vai fazer tudo o que eu quiser por uma semana. — diz petulante. Vou ter que ficar de olho nele quando chegarmos ao sul, aposto que ele vai tentar de tudo para que eu não ganhe. Ele vai quebrar a cara, com certeza.

— Vou acrescentar mais zeros na minha aposta.

***

A floresta central, assim como o nome, ficava entre as duas províncias e outra duas florestas, a negra e a floresta branca que era habitada pelos poucos humanos que insistem em viver entre nós, mas nem todos tinham ciência da nossa existência. O território da feiticeira ficava exatamente no centro de tudo. Os únicos meios de localização que usei foram o cheiro da mata e uma bússola, mas não para saber a direção. O pântano concentra muito magnetismo e quando se está perto de onde a ghoul reside, a bússola fica descontrolada, e é assim que saberemos que chegamos ao nosso destino.

Eu e Kal estamos a horas caminhando pela floresta, é claro que o Black não ficou quieto no percurso. Passou a viagem toda perguntando sobre mim, os meus sonhos, desejos e gostos, Fiquei assustada com sua reação quando me perguntou qual parte de uma caça eu mais gostava, e quando revelei que gostava de uma coxa sangrenta e que sempre deixava por último, ele ficou doido e até a Kate ficou preocupada com o homem caído no chão.

— Você está bem?

Não demorou muito para saber que era o que ele também gostava. Daí por diante comecei a sentir necessidade de descobri cada nuance dele. A cada história que ele me contava eu almejava por mais.

— Espera aí, a sua mãe tem um vídeo de como castrar um homem? — pergunto surpresa. Eu estava impressionada com sua história com sua prima perseguidora.

— Para o seu bem-estar, espero que não. — ele diz com segundas intenções, reviro os olhos e fito a bússola em pulso. Ela começava a ficar descontrolada, de repente, sinto como se eu tivesse passado por um campo invisível e o cenário à minha frente é completamente diferente.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora