Capítulo 112

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Kalel

Sigo a passos firmes pelo corredor. Folgo o colarinho puxando a gravata com brusquidão. Me faltava ar para suprir a demanda do meu corpo. Skyler me enganou, se pôs em risco e nossa filha também. Por quê? Nem ela sabe.

Porra!

Eu estou furioso e nunca me controlei tanto para que a besta em mim, não me dominasse e acabasse com qualquer um que se ponha à minha frente.

Mas eu não posso. Não quando a minha querida companheira me obrigou a cumprir algumas missões para fazer antes de procurá-la.

Eu estava na sala quando Marcos irrompe a porta, o seu semblante animado se desmancha quando olha a minha cara.

— Qual é o problem...

— Você tem uma arma? — o corto. Ele tira uma 38 do coldre e eu o pego passando por ele.

— Por que você quer uma arma? — ele corre para me alcançar enquanto caminho para a área de serviços.

— Estou indo atrás de um traidor.

— Um traidor? Como descobriu? Quem é? — pergunta, surpreso.

— Eu não sei. — sou sucinto.

— Como você não sabe... — o interrompi novamente, erguendo a minha mão para que fizesse silêncio. Há uma movimentação na lavanderia e duas pessoas conversavam baixinho. Espreito por trás da porta, observando um homem pôr algumas roupas na máquina enquanto a senhora, a que me abordou na porta do quarto, dobra alguns lençóis.

— Como não conseguiu, Zula? Se não arrumarmos, vamos ficar sobrecarregados na próxima semana. — o homem bufa após ligar a máquina e ajudar a mulher a terminar de dobrar as roupas.

— Não, os alfas não são bagaceiros, meu trabalho vai ser rápido. — dá de ombro.

— Você e Malfa chegaram estranhas, o que aconteceu?

— Não é nada, só... só achamos estranho a senhora Black não ter saído do quarto, mas assim que o alfa chegou tudo se resolveu. — Zula diz um pouco nervosa. Ela realmente não sabia mentir, mas pelo menos não descumpriu minha ordem.

Ela não é uma traidora.

— Estranho. — o homem olha a sua volta, o que me faz encolher mais atrás da porta. Meu beta continua ao meu lado tentando entender o que estava acontecendo.

— Eu jurava que Malfa estava aqui, ela é tão silenciosa que nem percebi que tinha saído.

— Estranho. — a empregada concorda. — Deve ter ido para o seu dormitório.

Olho para Marcos, e sinalizo para que saíssemos dali o mais rápido possível.

O dormitório era mais para funcionários que não tinham onde morar ou que vinham de outras alcateias. Era um pouco distante, mas eu chegaria lá em segundos com a minha velocidade.

Um jardineiro vem em nossa direção e eu o abordo.

— Senhor Black. — ele se curva.

— Você conhece uma mulher chamada Malfa? — pergunta.

— Sim, ela mora no dormi...

— Qual quarto?

— No... no último, senhor.

— Marcos, eu vou sozinho. Fiquei aqui e receba a Sulla quando ela chegar. Liguei para a Anna, ela está no hospital com a minha mãe. — disparo, antes que ele abrisse a boca. O percurso é um borrão e quando dou conta, já estou em frente a porta e a pondo ao chão com um chute.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora