Capítulo 56

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Skyler

Acordo sentindo o meu corpo deliciosamente dolorido. Passar tantas horas fazendo sexo intenso cobrava o seu preço. Bem, eu estava feliz em pagar cada centavo.

Com os olhos fechados pela exaustão da noite não dormida, me espreguiço sentindo a tensão em cada músculo. Estranhamente não conseguia ouvir o som da natureza, nada. Passo a mão sobre corpo duro de Kalel por de baixo dos lençóis, a princípio, senti algo úmido, não suor, não água mais algo viscoso em seu peito. Não...

Com um rompante jogo o cobertor para longo com tanta força, com tanto desespero... tanto...

— Kalel? — Arfo. Choque.

Sangue, sangue, sangue, sangue, sangue por todos os lados o cobria como um manto carmesim. A sua pele antes dourada agora era cinza... como...

— Kalel? — agito o seu ombro. Isso é uma brincadeira?

— Acordo! — ela não se mexe.

— Para de brinca, Kalel! — sacudo o seu corpo mole. Ele estava me amando a tão pouco tempo...

— Isso não tem graça! — Ele não pode me deixar.

— Ah! Tem sim! — uma voz ronronou atrás de mim. Rubi.

Não.

Não.

Não.

— Acorda meu amor, não brinca comigo. — não olho para a porta, não daria o gosto de fazê-la ver o desespero em minha face. O meu mundo ruindo.

Isso não é real, não é real.

— Pensou que iria escapar dessa vez querida? — ela me encontrou, sempre encontraria.

— Kal, não me deixa... — imploro com um fio de voz, tentando não olhar para o fluxo constante saindo do seu peito. O seu rosto estava tão sereno, calma, tão absorto a dor que estava sentindo, que me matava.

— A maldição chega para todos, vocês não serão uma exceção. — murmura. Então a encarei. A mulher que acabava de lamber a lâmina ensanguentada da adaga da deusa Luna, sangue de Kalel, sangue do meu companheiro.

— DESGRAÇADA!!! — avancei, avancei em direção a morte, eu não tinha medo porque já estava morta.

— Skyler, acorda! — abro os olhos, assustada, sentindo o meu grito de desespero preso em minha garganta. A visão de Kalel a minha frente, vivo, parecia tão irreal sobre a penumbra da noite.

— Kal? — toco o seu rosto preocupado. Meu coração martelava descompassado, incrédulo.

— Sou eu, você teve um pesadelo. — um pesadelo... o alívio inunda o meu corpo com tanta força que tenho ímpeto de abraçá-lo, o meu parceiro, minha âncora.

Vivo!

— Você está tremendo, o que houve. — ele pergunta, preocupado, ainda em meus braços.

— Se um dia nos encontrarmos com aquela feiticeira desgraçada, esteja ciente que ela é minha para matar. — digo entre dentes. Kal suspira e assente beijando o meu pescoço.

— Ela será toda sua. — ele ergue a cabeça fitando-me com carinho. — Está tarde, você quer falar sobre isso? — nego com a cabeça, não queria lembrar daquele pesadelo, não hoje, não essa noite. Desabafar não me faria dormir e nem me sentir bem.

— Só me faça esquecer, por favor. — Kal tira um fio colado em minha testa suada.

— Tudo bem meu amor. — e beija a minha boca. O seu gosto, toque, e calor faz-me sentir doente só em pensar que existe a mínima possibilidade de viver em um mundo em que ele não esteja ao meu lado.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora