Capítulo 90

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Megan

Não sei quantas horas haviam se passado quando meu corpo finalmente veio a vida. Eu me sentia acabada como se Ron tivesse ordenado uma sessão de horas ininterruptas de treinamento exaustante. Todos os meus músculos protestaram à medida que eu esticava os membros.

— Argh! — resmungo exasperada tirando a neve acumulada na minha roupa. Mesmo se eu pudesse punir Mark não seria suficiente para aplacar a minha raiva, eu precisava de uma distração, uma que me fizesse esquecer de cada lembrança que meu companheiro me fez reviver.

Assim que o pensamento passa pela minha cabeça, ouço passos atrás de mim. Dois lobos caminhavam farejando a neve à procura de algo e eu tenho quase certeza ser o objeto de sua busca. Assim que um deles percebeu a minha presença ele uiva para o alto, era um chamado. Por ainda estar no território da alcateia era óbvio ser os homens do meu pai, o que se confirmou quando um soldado correu em minha direção.

— Senhorita Highnorth. — ele chama com a voz ofegante e desesperada. Algo tinha acontecido.

— O que aconteceu? — pergunto sem rodeios. O soldado toma fôlego tentando se recompor.

— O alfa ordena a sua presença na alcateia Wolflest com urgência, o senhor Moon, foi assassinado.

***

Durante o percurso até o território do Teodoro, fiquei imaginando vários cenários a qual sua morte traria para o norte. Em nenhuma delas a situação seria positiva.

Teo estava morto, mas que merda estava acontecendo.

Assim que cheguei, encontrei a área ao sul da alcateia Wolflest interditada e lobos fazendo a guarda do perímetro. Uma grande tenda estava armada a uns 200 metros, provavelmente isolando o corpo do alfa.

— Megan! — Ronmand corre em minha direção. Não deixo de notar que sua postura estava fora do protocolo que um chefe da segurança deve seguir à risca.

— Você sumiu. — ele segurou meus braços com firmeza. É, ele não estava seguindo o protocolo.

— Diga algo menos óbvio. — sou irônica. Ron suspira passando as mãos sobre o rosto, exasperado. Por um instante pensei que ele poderia estar ciente do que aconteceu depois que o deixei em sua casa, mas as suas próximas palavras me provaram que não.

— Eu localizei o seu celular em meu carro. — ele puxou o meu aparelho do seu bolso. — Então foi você que me trouxe para casa!? — os seus olhos estavam cheios de algum tipo de esperança. Não era assim que eu imaginava encontrá-lo, isso não vai dar certo, nunca dá, não para mim.

— Não acho que agora seja o momento para discutirmos isso, Ron. — murmuro o mais frio que podia.

— Claro. — ele finalmente assume a sua postura séria habitual. — Claro... você está certa. — diz um pouco afetado.

— O alfa foi encontrado já morto no local com uma bala de prata na cabeça, morte instantânea. — um fim rápido e nobre para um filho da puta, que ótimo.

— O que ele veio fazer aqui? — pergunto.

— Pelo que me disseram, ele tinha o hábito de pescar no lago congelado.

— Ele estava na companhia de alguém?

— não, a pesca era um hobby que Teodoro praticava a sós. Se não fosse por um lobo que caçava por perto, não saberíamos do assassinato tão cedo.

— Alguma suspeita de quem teria efetuado o disparo?

— O tiro veio de longa distância, dentro da floresta. Olaf alega que foram os sulistas, pois o senhor Moon não tinha inimigos.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora