Capítulo 32

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Skyler

— Eu preciso pensar... — Arthuro se agita, andando de um lado para o outro. Como uma criança mimada sentindo a necessidade de estar no controle.

— Não tem o que pensar. A resposta é uma só, a não ser que queira ser morto! — Kal rebate.

— E o que você é para falar assim comigo? — rosna o alfa.

— Meu companheiro! Kalel Black, filho de Bruce Black da alcateia do Sul. — respondo por ele.

Woolsey empertiga, olha para Kal com temor ao mesmo tempo, infla seu peito para mostrar uma confiança que não condiz com a realidade.

— Ele tem razão, a resposta é uma só, não há para aonde ir, eu garanti que no final dessa conversa você teria ótimas notícias no futuro. — e não estava mentindo, com os negócios que ele poderá fechar com o sul, terá muita vantagem contra Teodoro.

Ele bufa.

— Tá! — ele passa as mãos em seu rosto. — Tudo bem, eu aceito, mas vocês têm que me garantir que essa conversa e provas não sairá daqui.

— Se você colaborar poderá continuar com os seus negócios com o Sul, a empresa pertence a minha família e farei de tudo para que ninguém além de nós, saiba disso. — Kal garante.

O alfa assente sem deixar a pose altiva, mas sei que está aliviado.

Ele me fita com firme antes de dizer

— OK, mas eu preciso saber qual vai ser o meu papel, não posso chegar lá, dizer que sou contra a guerra sem uma desculpa plausível, tenho amigos que esperam por esse confronta há muito tempo.

— Não se preocupe, temos o dia todo para situa-lo.

***

Já era tarde quando eu e Kal saímos do hotel, o dia claro dava lugar a uma noite cinzenta e muito fria. Eu me sentia aliviada por saber que o nosso plano estava dando o seu último passo, apesar do receio de que algo dê errado no caminho prefiro manter a esperança de que a guerra será enfim, evitada.

Entro no carro com uma sensação que sussurra em minha mente de que isso não era o fim, a Kate também sentia, se agitava incomodada.
— Temos que dar um fim no corpo do motorista. — Kal resmunga, colocando o cinto de segurança com brusquidão. É compreensível a sua frustração, não faz nem dois dias que chegamos e já estamos enterrando o terceiro maldito corpo — o segundo, já que Lilian não conta como um corpo enterrado. — deuses, isso é alguma maldição? Onde estivermos teremos corpos para enterrar? Inferno sangrento, não posso me abster da responsabilidade de ter tirado a vida de dois por motivos egoístas e vingativos. Queria sentir pelas vidas que tirei, mas não consigo, perdi essa inocência quando me descobri como uma sangue alfa , me tornando o braço direito do meu pai, recolhendo dívidas, punindo os desonestos e matando os traidores. Por muito tempo esse trabalho se tornou uma extensão de mim. Todo esse processo faz parte da iniciação para liderar uma alcateia, e ainda muito nova aceitava tudo o que meu pai ditava ser o certo no intuito de ser reconhecida. Eu não pensava por mim, minha consciência se vez independente quando Olaf matou o companheiro de Megan, desde aquele dia, a vida se tornou importante para mim, principalmente se é a do meu povo, da minha família.
— Não podemos parar agora, não posso arriscar ficar aqui nem um minuta a mais. Tivemos sorte de não encontrarmos um lobo do norte além dos que esperávamos. — Kal diz.
Ele tem razão, estamos muito expostos andando por esse território em que vampiros e lobos aliados ao meu pai e a Teodoro podem ser confundidos com humanos. Fora que, ainda não engoli que o ataque ao Boter na estação quando chegamos, foi uma coincidência. Isso não era nada bom, alguém pode ser um informante dos nossos inimigos, e não sabemos quem é e nada tira da minha cabeça que aquele ataque ao lobo solitário foi algo premeditado.
— Não me sinto segura em pegar o voo de volta! — digo abertamente insegura, pela primeira vez em minha vida. Kal olha para mim, confuso.
— Por que não?
— Se realmente temos um traidor na alcateia do Sul, por que daremos essa informação a ele? A probabilidade de alguém sabotar o avião é enorme.
— Não precisa se preocupar com isso, David é um ótimo soldado, mandarei que faça uma vistoria rigorosa no avião, e me certificarei que ninguém saiba da nossa chegada além dele e dos pilotos. — garante. O problema é que agora que estou grávida, tudo é um perigo e uma ameaça para mim, para nós. Ponho as mãos em minha barriga ainda plana, sinto o instinto de protegê-lo cada vez mais forte e esse medo de perdê-lo me leva aos pensamentos mais primitivos do meu sangue. O assassino.
— Vai ficar tudo bem! — Kal sussurro, pondo a sua mãos frias sobre a minha quente, provocando um leve choque térmico.
— Nada vai acontecer ao nosso bebê, estarei ao seu lado para protegê-los.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora