Capítulo 45

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Skyler

Já se passaram três malditos dias e Kalel não acordou. Três dias recolhendo dezenas de corpos mutilados e os jogando o mais distante do casebre que conseguia, o cheiro de carne em decomposição atraía os animais carnívoros, tive que correr contra o tempo para reconstruir — com sobras de madeiras, pregos e uma lona. — o pedaço da parede que derrubei na luta contra o Adris, para não ser invadida. Mesmo com meus esforços para manter o perigo longe, os cervos, atraídos pelo sangue ainda fresco na terra, rondavam a área da casa, sentindo o cheiro de Kalel. Os restos dos vampiros e lobos não era o suficiente, eles queriam mais, queriam o lobo ferido e desacordado ao meu lado.

No segundo dia a fome bateu violentamente. Precisava caçar, mas mata um dos cervos não era uma opção inteligente.

Os ferimentos Kalel já tinham melhorado consideravelmente, mas o receio de deixá-lo sozinho me deixava estranhamente inquieta e apreensiva. O problema, era que eu precisava alimentar uma criança que está dentro de mim, e ficar trancada nesse casebre igual uma covarde não era uma opção.

Rezei aos deuses para que protegesse o lobo sobre a minha ausência e depois parti, corri o mais rápido que podia. Os carnívoros me seguiram por algum tempo, loucos por uma refeição fresca, mas consegui despistá-los no meio do caminho.

Cacei duas lebres grandes e gordas e alimentei-me ali mesmo na floresta. O segundo coelho levei para a minúscula cabana para que, quando o Kalel acordasse, tivesse o que repor de suas energias.

Ele não acordou.

Dormir ao lado do corpo quente do lobo sulista. Era a única maneira de me aquecer naquela noite.

Eu sentia falta de casa, infelizmente, o celular que Adris usava tinha quebrado durante o nosso confronto. Queria falar com meu pai, saber se ele se preocupava comigo ou se tinha desistido de me procurar, por punição, sentia falta da minha mãe e de Megan também.

As minhas últimas lembranças eram da minha irmã se embrenhando sobre os lenços da minha cama, seus braços esguios me abraçando. Ela me fez prometer algo que não me recordo naquela noite, estava muito cansada pelos dias exaustivos de treino que o meu pai me fez passar.

Dormir aquela noite ainda tentando me recorda de suas palavras, do que prometi a ela. Não consegui.

Megan

Hoje com certeza não é meu dia de sorte, a alcateia Northeast foi atacada novamente e dessa vez a luna ficou gravemente ferida, por fim, Liam ficará por lá por um bom tempo para organizar um ataque contra os ursos invasores. E agora, tenho que trabalhar por dois, já que fiquei encarregada de fazer o trabalho do beta.

Passei as últimas horas cuidando das questões burocráticas da alcateia, papeladas e mais papeladas eram revisadas e organizadas antes de serem arquivadas.

Enquanto eu enviava para o contador um relatório com números confusos, da qual não conseguia entender, aproveitei o intervalo de tempo para pesquisar mais sobre Ronmand Lesmoth.

Computador do escritório de Olaf tinha em seu banco de dados a ficha de quase todos os moradores do Norte, quase uma biografia do que foram, e do que é.

Não foi difícil encontrá-lo, Ronmand era mais que um segurança, era chefe da segurança, pelo menos do grupo dos melhores lobos da alcateia.

Ele era filho de comerciantes. Começou o seu trabalho na guarda ainda jovem, o que me espanta um pouco, ele sempre esteve presente, servindo a minha família, como nunca o vi antes?

Um nome em destaque em sua ficha me chama atenção, clico, e fico surpresa com o que tinha descoberto.

Cezen Lesmoth era o segurança que foi executado por ter matado Patrick Belne, um dos filhos mais novos do alfa da alcateia Northeast, Patrick passava uma temporada aqui como segurança da mansão como punição pelo mau comportamento que tinha em sua matilha. Quando ele foi encontrado morto, estraçalhado por um lobo, o Senhor Belne exigiu que meu pai encontrasse o culpado, era lei dos alfas, que, independente de quem fosse, matar um herdeiro era punido com morte.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora