Alfas em Guerra

Capítulo 37

Kalel

Olho para a janela com vista para o rio calmo, refletindo a luz prata do luar.

A noite estava linda, perfeita para fazer uma fogueira e comer marshmallows.

Me pergunto se Sky aceitaria passar uma noite ao lado de uma fogueira.

Por um momento riu comigo mesmo, provavelmente ela me jogaria em meio ao fogo com toda certeza.

Um rosnado é ouvido dentro do banheiro, ela até que demorou para perceber. A porta é aberta e passos duros são ouvidos do corredor a sala.

— Você pode me explicar o que é essa merda? — a sua voz era tão afiada quanto a lâmina em minha cintura. Viro para encará-la e fico surpreso com a visão que tenho.

Skyler estava com os cabelos molhados — agora com uma coloração em cobre negro — pingando sobre os ombros nus, a toalha só cobria os seios e a metade de suas coxas firmes, ocultando a paraíso rosado entre suas pernas, as lembranças do seu sabor em meus lábios eram tão vivas que minha boca salivava com as imagens.

— Para de olhar para as minhas pernas. — ela rosna, chamando a minha atenção.

Oh!

Engulo em seco e digo com a voz um pouco rouca:

— É uma tatuagem.

— Eu sei que é a porra de uma tatuagem, o que eu quero saber é: por que ele parece com a sua? — ela aponta para o meu braço direito, onde a imagem de dois lobos entrelaçados eternizam a minha pele.

— Somos namorados, é normal, nós termos... tatuagens... iguais. — explico, não muito certo da firmeza das minhas palavras. Sky me fita com um olhar duro antes de dizer, na verdade, pensar:

— Ele deve ter me tatuado contra a minha vontade, eu nunca tatuaria a minha pele com algo que remetesse a esses lobos. Droga! Meu pai vai me matar quando descobrir, o que vou fazer? — Sky escova os cabelos molhados com frustração. Por um momento fico aliviado por seus pensamentos não correrem para a hipótese de sermos companheiros.

— Pelo nosso acordo, vou fingir que acredito no que está falando.

— Eu não estou mentindo, mas saiba que tudo será explicado quando recupera a sua memória.

— Aah, dá um tempo. — diz, revirando os olhos, e dando as costas para mim, e me presenteado com o vislumbre do seu traseiro firme.

Meus ombros caim e ponho as mãos na cintura. Só em pensar que vou ficar na seca me bate um desânimo.

***

O meu dia não começou muito bem, quando Skyler me deixou na sala, ela praticamente se trancou no quarto de casal, bem, era de se imaginar que ela não ia colaborar em dormir comigo. De qualquer forma, o jeito era dormir em uma das beliches. Eu tinha esquecido o quão desconfortável era dormir em uma dessas camas. Infelizmente a magia da casa não consegue mudar uma mobília tão grande sem o auxílio de um bruxo.

Com o corpo agora dolorido, me levanto mais cedo para fazer o café da manhã, preparo uma tigela com cereais, leite, frutas, alguns Wafers  e panquecas com mel, para completar, decoro a pequena mesa com uma rosa branca sobre um copo de vidro. Talvez a flor posso mexer um pouco com o lado feminino da minha ruivinha.

Ouço o barulho de porta se abrindo e fechando abruptamente, depois de um segundo o som de vômito me alerta sobre os enjoos da minha ruivinha, corro até o banheiro e bato a porta.

— Sky você está bem? — abro a porta, mas ela fecha rapidamente na minha cara.

— Me deixa em paz! — diz com a voz afetada. Outra vez vomito.