Capítulo 42

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Skyler

Acordo ouvindo sons de gotejo sobre um chão duro, a minha língua estava dormente e a boca, seca. Olho em volta, um pouco desorientada, eu estava em um quarto vazio, o cheiro pungente de madeira podre e mofada denunciava que estava dentro de algum tipo de casebre abandonado. Tento me levantar, mas os meus movimentos se restringiram quando percebo que as minhas mãos estão amarradas com uma corda semelhante a que Kalel usou.

Maldito nó.

Será que ele me sequestrou... não, não faz sentido, até porque aquela voz não era dele e a pele fria que me enforcou, não era lupina e sim, de um vampiro, mas eles são aliados do norte, por que me atacariam?

Uma ânsia de vômito sobe pela minha bile e uso todas as minhas forças para não despejar todo o conteúdo do meu estômago pelo carpete sujo e pulveroso.

Eu não entendia porque estava tão mal esses dias, sempre tive um ótimo metabolismo, e raramente ficava doente. Sempre me perguntei se esses enjoos eram alguma reação ao feitiço.

O lobo sulista sempre pareceu preocupado comigo, mas nunca perguntou o que eu sentia como se já soubesse o que eu tinha.

Argh... mais uma pergunta que talvez não terei respostas se eu não descobrir o que aquela criatura sanguinária quer comigo.

Como poderia ter ficado tão distraída e não percebido o perigo pelas minhas costas?

Grata por ele não ter atado os meus pés, ergo-me escrutinando o pequeno cômodo, não existia nada além do vazio e uma infiltração no teto. Apesar a janela estava interditada com uma grade de ferro reforçado e pedaços de madeiras pregadas na parede, uma fresta de luz do fim do dia iluminava um pouco ambiente, não devo ter dormido mais do que algumas horas. Caminho lentamente até a porta, tomando cuidados para não fazer barulho com o meu peso sobre o assoalho. Uma pequena rachadura acima da maçaneta me deu um visão do que acontecia no lado de fora. Um homem corpulento e mortalmente pálido estava dormindo sobre uma poltrona velha caindo aos pedaços.

Ele provavelmente é o desgraçado que me trouxe para esse lugar imundo.

Apuro a minha audição tentando detectar movimentação de mais alguém, um comparsa talvez, mas não ouço nada além de um chiado de alguma música tocando... Espera aí... vampiros não dormem, olho com mais atenção e percebo que ele estava com um fone de ouvido. Droga! De qualquer jeito tenho que tentar fugir e alertar o meu pai sobre os vampiros.

Meio desajeitada com as mãos presas, tento gira a maçaneta para testá-la, mas um toque de celular me faz sobressaltar. Com o coração disparado olho novamente para o buraco a tempo de ver o vampiro atender a ligação.

— Alô? Plutos? — o vampiro dá um sorriso relaxado e afunda mais no estofado desgastado e depois começa a fazer a coisa mais nojenta que já vi; ele passa a mão por dentro das calças e começa a coçar o saco.

Nojo.

— ... Tranquilo, foi mais fácil do que pensei. — sorrir presunçoso.

— ...Relaxa maninho, não sei por quê você tem tanto medo dela... Não, ela estava sozinha. — ele revira os olhos.

— Claro que tenho certeza, fica tranquilo que ninguém me seguiu.

— ele fica um tempo em silêncio ouvido o interlocutor até dizer:

— Também achei muito estranho. Pelo que você me disse, ela deveria estar com os humanos ou no norte, mas... Eu tive a sorte dela estar na minha área. — sorrir convencido.

Me sinto tonta com tanta informação, eles estavam me caçando?

— Não quero que você diga nada ao chefe agora. Tenho planos de levá-la a boate, será legal nos divertimos com ela, antes de matá-la. — ele gargalha, e todos os pelos da minha nuca se eriçaram. O choque me faz paralisar.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora