Capítulo 117

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Skyler

Os humanos que eram leigos sobre nossa verdadeira existência, sempre imaginaram os lobisomens como um tipo de werewolf, meio homem e meio lobo. O que era totalmente diferente da realidade, já que nossa espécie era a única existente na terra. Palavra dos nossos livros de história. O máximo em que tivemos de algum indício de mutação anormal foi quando em raras ocasiões houve alguns cruzamentos enquanto ainda estavam em forma lupina. O problema era que a relação de dois lobos nunca geravam fetos saudáveis. 95% dos casos o bebê já nascia morto e os 5% restantes, eles não duravam mais do que algumas horas, mas em todos os casos, sem exceção, os bebês viam com traços lupinos e humanos.

A prática foi proibida por lei pelo supremo e perdura até hoje. E também, nenhuma mulher quer desperdiçar uma gestação que não vingará.

Se eu não soubesse quem era a Rubi, com toda a certeza acharia que ela era algum milagre da nossa espécie. Uma werewolf sem muitos músculos e alguns tufos de pelos na cabeça e pescoço, uma aberração horrorosa.

— Você está horrível! — não consigo disfarçar a minha cara de nojo. — Parece um projeto de Chernobyl.

Como imaginei, ela rosnou furiosa e avançou em minha direção.

Desvio no instante em que suas garras se projetam em minha direção. Ela poderia ser grande e até um pouco mais forte que eu agora, mas ela é lenta e isso se tornou minha vantagem.

Firmo bem a adaga em minha mão, esperando o seu próximo ataque. Estava ciente que não poderia me aproximar o suficiente antes que seus longos braços me alcançassem. Eu precisava de uma estratégia para alcançá-la.

Rubi avança e golpei o seu braço. O sangue jorrou como uma cascata, exalando um cheiro podre e velho.

Ela rosna, como se tomasse consciência da minha arma. Do poder que ela emana.

Como uma ghoul, só a decapitação a mataria, e claro que suas habilidades com feitiços a protegeria dessa única desvantagem, mas a adaga de Selene a faz parecer uma mera mortal. Nada a salvará. O líquido enegrecido pingava por entre suas garras. O seu olhar se tornou mais cauteloso.

Para a minha surpresa, Rubi volta a sua forma humana, nua.

— Eu nunca vi algo igual. — a sua voz ganha um tom mais calmo, como se quisesse manter o controle da situação.

— Em toda a minha vida, nunca pensei que a deusa da lua criaria algum artefato para matar. — seu olhar ganha presunção.

Deuses.

— Me sinto muito especial para que uma deusa seja capaz de criar uma arma para me derrotar. — ela sorrir maliciosa.

— Não se ache tanto, feiticeira, eu acabaria com você com ou sem essa adaga, a deusa só quis facilitar a minha vida.

— Então lute comigo sem ela. — desafia.

— Mostre-me se é capaz de me matar.

Eu quase rir da sua cara. Ela pensa que nasci ontem?

— Claro. — sorrio. Ponho a adaga em meu pescoço e ela volta a ser um colar.

Rubi dá um sorriso sutil, mas ainda cauteloso e no mesmo instante avança em minha direção, mas para a minha surpresa, ela desvia o caminho correndo pelo corredor em que levava a cozinha.

Ela não seria...

Eu a sigo. A mesa de granito estava abarrotada de panelas e frascos com líquidos coloridos, insetos e outras coisas que não conseguia identificar.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora