Capítulo 119

96 10 0
                                    

Skyler

— Em todos os meus anos de medicina, eu nunca fui coagido a fazer uma cirurgia em uma paciente morta. — o doutor bufa. Eu sinto o corpo do Matthew ficar tenso, mas não sei se por temor ou raiva pelas palavras do homem.

— Fiz o que me pediram. Apliquei todas formas de animação, sem sucesso, fiz a transfusão mesmo sabendo que não seria viável e... — ele engole em seco. — Inesperadamente, o seu coração voltou a bater.

Eu não sabia que estava tensa até sentir os meus ombros cederem.

— Então ela está viva? É isso? Eu posso vê-la? — Matt perguntou, ansioso.

— Sim e Não no momento, os seus batimentos cardíacos estão normais, mas...

— Mas...? — o incentivo a continuar.

— Ela não está regenerando, tivemos que fazer um procedimento delicado para reconstruir a musculatura do abdômen e seu intestino, que fora perfurado. Por o nosso hospital não está preparado para esse tipo de situação, não podemos por uma bolsa de colostomia e torço para que ela volte ao normal ou... terá sérias complicações.

***

Uma semana depois

Meg acordou no dia seguinte à cirurgia e com a pele regenerada. Por sorte era o meu horário de visita e pude acalmar a minha irmã que pensava estar morta e que eu também havia morrido. Demorou um tempo até convencê-lo da sua nova situação. Nunca vi a Megan chorar tanto quanto aquela noite, como se o que quer que tenha sonhado não tivesse sido real.

Só por isso não contei sobre o Matt e o proibi de visitá-la.

A minha irmã precisava de um tempo para digerir que ainda estava presa a esse mundo.

Mas, inferno sangrento, eu deveria ter previsto que Matthew não me ouviria, não quando se é um ser impulsivo.

Em uma noite em que eu não estava presente, o idiota invadiu o quarto dela, o que a fez acordar. Claro que Meg o confundiu com o ex companheiro e meu amigo teve a brilhante ideia de dizer que o Mark continuava bem enterrado.

Depois que ele descobriu toda a história da minha irmã, Matt adquiriu um ciúme possessivo por um morto. Um morto!

Céus.

Megan ficou muda por horas até o dia da sua alta. Eu quase conseguia ver a bagunça que era a sua mente, tantas perguntas sem respostas. Como era possível ter outro companheiro e tão parecidos um com outro? Mas a pergunta que pairava entre nós e que não ousamos falar, era a possibilidade de Matt e Mark serem irmãos. O que explicaria muita coisa.

Pedi que Matthew voltasse para sua casa. A única forma de mantê-lo longe de problemas fora a chance de rever as suas crianças.

Levei a minha irmã para a minha casa. Apresentei o seu novo quarto e ela manteve-se em silêncio, deslocada do ambiente, como uma animal fora do hábitat.

"Conte-me sobre ele" fora a única frase que saiu da sua boca.

Contei o resumo de quem era o meu amigo, ocultando algumas histórias que só cabia a ele contar.

Meg ouviu sem esboçar nenhuma reação. Ao terminar, ela se deitou e me deu as costas.

Essa foi a última vez que a vi.

— Faz quatro dias que ela sumiu e você não está fazendo nada para encontrá-la. Matt anda de um lado para o outro, puxando seu cabelo como se isso fosse resolver o problema.

Antes de fugir na calada da noite, Megan deixou uma carta, revelando que precisa de um tempo sozinha. Um tempo para descobrir quem era.

Eu a entendia, Meg sofreu muito na vida e não conhecia nada além da raiva e rejeição. Manter-se longe e focar na sua saúde mental foi uma das atitudes mais sábias que a Megan poderia ter. Se ela ficasse, poderia destruir qualquer chance da relação deles dar certo e Matt não compreenderia isso até perder tudo que amar por ela.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora