Capítulo 51

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Megan

— Esquerda. Direita. Vamos! Mais rápido. Você está me decepcionando senhorita Highnorth. — Ron zomba, como se meu nome fosse maior que a minha insignificância. Ele sabe que isso me atinge, sabe o poder que as palavras têm contra mim. Então eu chuto com mais força a almofada presa em seus braços amortecendo o impacto, mais, mais e mais. A minha respiração estava entrecortada o suor pingando em minha têmpora, os músculos das minhas pernas estavam pesadas e doloridas, protestando, implorando por um descanso.

— Preciso... de um... tempo. — digo ofegante depois a aplicar o último chuto com o resquício de força que sobrou do meu corpo e caio sobre o tatame como um saco de batata. Nem todo o ar que eu sugava era capaz de acalmar o meu coração que golpeava incessantemente pela minha caixa torácica.

Ronmand olha para o relógio em seu pulso, franzindo o cenho.

— Mas nem deu meia hora de treino. — eu queria estapear aquela cara cínica dele. Eu passei horas me "aquecendo", fazendo abdominais, agachamentos, correndo como uma desesperada de um lado para o outro. Era quase impossível ainda ter energia para manter o ritmo de treinamento que ele exigia. Pelos deuses, era só o primeiro dia.

— Primeiro... de tudo, meu nome é Megan e segundo... A não ser que você me queira morta... é melhor terminamos por aqui. — Ron estala a língua retirando as almofadas das restrições.

— Espero que se acostume ao ritmo, não pretendo diminuí-lo. O aquecimento vai continuar, você precisa de músculos, força para o treino que planejei para você.

— E o que séria? — pergunto cautelosa.

— Auto defesa. — ele para jogando os protetores no chão. Ele gira olhando para mim, as mãos na cintura. Inabalável, nenhum um pingo de suor ou cansaço.

— Não pense que esse treinamento sou eu fingindo um golpe em câmera lenta para que você possa me nocautear, isso é vida real, ninguém vai esperar você aplicar um ou dois golpes para derrubá-lo. — engulo em seco, se minhas pernas não tivessem tremendo pelos espasmos dos exercícios, provavelmente estaria tremendo pelo que virá.

Skyler

Kalel só faltava criar um buraco no assoalho de tanto que ele andava de um lado para outro. Contei que durante o confronto com Adris, em um descuido meu ele tentou me esfaquear, mas não conseguiu.

— Não acho muito educado da sua parte ficar fuçando a minha cabeça. — pelos deuses, não posso nem imaginar o que ele ouviu dos meus pensamentos enquanto estávamos reclusos aqui. Agora entendo porque alguns planos de fuga não deram certos.

Desgraçado esperto.

— Não, não é, mas se eu não tivesse ouvido, será que me contaria o que tinha acontecido com você, com o nosso bebê? — engulo em seco.

— É claro que não. — diz balança a cabeça em decepção. De certa forma, isso me incomoda. Ele continua:

— Quando você disse que ele não conseguiu, foi porque você o impediu? — nego com a cabeça.

— Não, eu não consegui evitar. — Kalel fecha os olhos, não disse nada me dando espaço para prossegui.

— Mas, aconteceu... algo que até agora não estou acreditando, a princípio, pensei que fosse uma ilusão uma impressão... eu não tenho certeza, mas... — ai, como era difícil externar isso. — ... Quando ele desferiu o golpe, a minha barriga se... se petrificou, ou como se tivesse se tornado aço.

— Kalel me encara com um misto de incredulidade e espanto.

— Pedra? Aço?

— É, eu sei, parece estranho. Eu duvidei por um momento, então, quando eu estava na floresta, retornando depois de coletar ervas para os seus ferimentos... e.. Ter a visão que revelava a minha gravidez... eu só consegui pensar no que tinha acontecido... por fim... tive a ideia de... comprovar se... estava certa.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora