Capítulo 71

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Megan

Saí da mansão dos Almoth com a promessa de um retorno quando James encontrasse mais coisas sobre a conta suspeita do Olaf.

Mesmo que não tenha encontrado algo vantajoso, me sinto satisfeita com o resultado obtido, isso me dá esperança, um sentimento que há muito tempo não sentia.

Entro no meu carro e vejo que eu esquecera o celular no veículo.

O nome de Ronmand piscava com algumas mensagens de texto. Olho rapidamente e vejo serem perguntas sobre onde estava, se precisava da sua ajuda. Ron adotara uma postura menos agressiva depois do meu péssimo desempenho na quarta fase do treinamento, se não, ele já estaria aqui me repreendendo por não ter o avisado da minha saída. Não sei se gosto dessa mudança, talvez ele esteja me vendo como uma pessoa fraca agora. Jogo o celular no banco sem respondê-lo, ele sabia onde eu estava e que não precisava da sua ajuda.

***

Meu pai não foi jantar com a família essa noite, Melane disse que ele tinha assuntos urgentes para resolver. É claro que essa informação aborreceu Liam em um nível que era difícil disfarçar. Mais uma vez ele foi excluído por Olaf.

Minha mãe não parava de falar sobre o casamento do ano, será amanhã, a cerimônia acontecerá no grande salão da mansão que um dia foi dos pais de Teodoro. O meu vestido já foi entregue e sei que o dia começará agitado amanhã. Só fico um pouco inquieta em relação aqueles dois, não sei o que sairá dessa união, mas coisa boa não será, tenho que ficar de olho neles e meus instintos gritavam para eu me preparar. Me preparar em quê? Física ou mentalmente?  Pergunto a mim mesma e recebo o silêncio em resposta.

***

Assim que Olaf chegou, pediu para que eu o acompanhasse até o escritório junto a Liam. Eu estava nervosa, a palma das minhas mãos soavam, não sabia o que poderia sair dessa reunião.

Meu pai estava olhando alguns papéis sobre a mesa quando entramos e sentamos à sua frente. Ele não dirigiu um olhar ou nenhuma palavra para nós até que estivesse satisfeito com suas tarefas.

Eu e Liam não falamos nada até que o alfa tivesse a primeira palavra. Olaf larga os papéis e encara nós dois, os seus olhos claros como os meus prolongam o seu escrutínio em mim.

Eu odiava isso, esse olhar sempre vinha com algo desagradável. Involuntariamente, aperto o braço da cadeira.

— Essa semana foi desgastante para mim. — a sua voz barítona reverbera pelo cômodo enquanto relaxa o seu corpo no encosto da cadeira sem desviar por um segundo o seu olhar do meu.

— Não está sendo fácil corrigir o prejuízo que sua irmã me causou. Deixei em suas mãos um trabalho importante, Megan, dei um voto de confiança para que você cuidasse da alcateia em nossa ausência. — ele olhou sugestivamente para Liam. — Mas recebi uma infeliz ligação do meu contador alegando que você estava contestando o seu trabalho financeiro. — o seu olhar se tornou duro irritadiço, como se estivesse lidando com uma criança errante.

Sínico.

Mentiroso.

Manipulador.

Isso é o que ele era. Isso foi um aviso para que ficasse longe das suas merdas, merdas essas que comprometeria todo o seu poder e autoridade no norte. Se descobrissem os seus desvios, todos os alfas seriam obrigados a votar pela expulsão do meu pai, um sacerdote retiraria a benção que ele ganhou da deusa Luna no dia da sua nomeação, levando dele uma parte da sua força e o poder de se comunicar com toda a alcateia. O exílio no mundo humano seria o seu lugar.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora