Capítulo 72

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Megan

Eu queria fumar, queria desesperadamente por um cigarro em minha boca e assistir à cena de destruição à minha frente, mas eu não tinha um cigarro em meus bolsos há alguns dias e me sinto estranha em ter que substituir a nicotina por um chiclete com sabor duvidoso. Essas merdas me dão fome, mas é a minha única opção em mãos para diminuir minha ansiedade. Masco a goma enquanto vejo Liam tentar destruir uma árvore com socos e pontapés.

— Desgraçado, depois de anos me dedicando a essa alcateia, sendo o seu braço direito o seu beta e mesmo assim ele tem a coragem de me negar o direito de comandá-la. — ele rosna a cada golpe.

Um galho voou por cima da minha cabeça e desvio a tempo de ser atingida.

— Ei! CHEGA! — grito em protesto.

— Destruir essa árvore não vai resolver o seu problema. — Liam grunhi desferindo o último golpe e caminha em minha direção, ele estava sem camisa, a sua roupa estava em cima do capô do carro para evitar que as sujasse com seu rompante de raiva.

— Ele deve ter algum motivo para está agindo dessa maneira, só precisamos saber o que é. — digo estendendo um lenço para que limpasse o sangue em seu punho.

— Ele nunca permitiria que alguém que não tenha sangue Highnorth seja o líder da alcateia. — assim que a última palavra sai da minha boca, uma possibilidade surgir em minha mente: e se o meu pai estiver negociando a minha mão para algum alfa? Ele está procurando aliados para a guerra e talvez esteja planejando arranjar um casamento com alguns daqueles velhos. Liam não é seu filho, o seu sangue é vira-lata e a sua união comigo não terá uma probabilidade de gerar filhos alfas, se eu for pensar como o meu pai. Por que Liam ainda não percebeu isso? — guardo meus pensamentos para mim, e espero que ele termine de limpar as suas mãos e vestir as suas roupas em silêncio. Olho rapidamente para as horas em meu celular e começo a fazer uma cronometragem em minha cabeça.

— Pelo menos agora não vou me preocupar em esconder o nosso caso. — ele diz, exultante. Pisco. Ele não ouviu nada do que falei? Liam se aproxima até me encurralar entre o carro. Os seus olhos verdes, antes furiosos, agora estavam banhados em luxúria.

Tento evitar o seu toque.

— A nossa mãe ainda não sabe.

— É claro que sabe, e se não souber não vai demorar muito para descobrir, não vou mais me esconder.

— Você só pode estar ficando louco! — ele riu segurando o meu braço e se aproximando até sua boca encostar em minha orelha.

— É melhor você não fechar a porta do seu quarto, hoje à noite você é minha! — ele me aperta como um aviso e quando ia roubar um beijo de minha boca, o seu celular toca o fazendo resmungar antes de se afastar e atender a ligação.

Solto o ar que estava prendendo e mordo os meus lábios até sentir o sabor do meu sangue preenchendo a minha boca. Ah, se ele soubesse porquê aceitei as suas investidas, porque permiti que ele me usasse. Se ele soubesse, não diria essas palavras.

Liam retorna com um sorriso no rosto.

— Vamos, os nossos homens pegaram o elfo, mas parece que a operação veio com brinde.

— Brinde?

— Você vai ver.

***

Os nossos homens levaram Cedric para uma sala subterrânea. Ela ficava abaixo do prédio onde eventualmente prendemos alguns lobos infratores. O subsolo era reservado para prisioneiros de alto risco, as paredes eram reforçadas com prata o que impediria que qualquer um com poderes especiais não conseguisse conjugá-las em nosso interrogatório. Após descermos em um elevador, passamos por um corredor que dava a um hall onde alguns soldados estavam nos esperando.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora