Capítulo 49

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Skyler

Os cervos já não eram um problema para mim, enquanto percorria em super velocidade em direção sul para o rio Yukon. Marcamos de nos encontrar na margem, mas a todo momento me pegava pensando em me transformar em loba e encontrá-lo no meio do percurso. Era uma ideia da qual eu refleti e pensei que poderia ser um sentimento territorial de mais, não que eu, de repente, sentisse a ligação de companheirismo, não. Do pouco que sei, é que os sentimentos são muito intensos, quase instantâneos quando se ver um parceiro. Não me sinto dessa forma, talvez o meu eu do passado tivesse os seus sentimentos influenciados pela ligação, quem sabe eu descubra quem é o verdadeiro Kalel Black, antes de voltar ao normal, se um dia recobrar a minha memória.

Eu já conseguia ouvir o som das águas do rio quando diminuo os meus passos, minha respiração estava entrecortada devido à corrida e o gasto de energia. Não estava tão longe da cabana então sigo caminho em direção ao leste, até sentir um arrepio na nuca que me fez parar no lugar, isso não era bom, nada bom. Olho em volta, farejo o ar á procura de algum perigo, mas só sentia o cheiro da terra úmida, folhas, brisa fresca e... e... me sobressalto quando uma mão forte tampa a minha boca e me arrasta por trás de uma árvore. Não espero um segundo antes de cravo os meus dentes nos dedos do meu captor me preparando para aplicar um golpe em suas costelas quando a voz grunhida atrás de mim, me faz parar.

— Sou eu, sou eu, porra! — Kalel tira a mão, e sinto o gosto do seu sangue em minha boca. O alívio me bate e tento não pensar que por pouco não saquei a adaga que estava em minhas costas, e que provavelmente ele estaria sangrando em outro lugar. Viro encarando-o.

— O que est... — ele tampa novamente a minha boca fazendo sinal de silêncio.

— Shiii, caçadores estão por perto. — ele gesticula por trás dos ombro e quando eu olho, vejo ao longe um grupo de 3 caçadores ao lado de 2 grandes cães farejadores, vindo da direção leste e seguindo caminho ao norte, de onde viemos.

— Merda! — Sussurro. — Essa foi por pouco.

— Hum... Talvez não. — Kal faz uma careta dolorosa.

— Do que está falando?

— Eles vieram da cabana, os desgraçados a invadiram. — resmunga.

— Como assim, você disse que ela é enfeitiçada, ninguém entra sem a permissão de um Black, certo? — ele xinga em silêncio antes de dizer: — Sim, não dá para entrar pela porta ou janelas sem que a magia permita, mas parece que esqueceram de proteger os telhados. — ele bufa. — Droga! Eu... eu saí tão desesperado a sua procura que não me liguei que tinha deixado uma parte do telhado do seu quarto desprotegido.

— Ah! — é só o que digo, não vejo a possibilidade daqueles homens terem encontrado algo de valor. — Então ficaremos aqui, escondidos até que eles não possam nos ver? — pergunto dando uma espiada no trio de caçadores bem armados e sorridentes.

— Infelizmente não, eles pegaram algo muito importante que estava na cabana.

— O que seria?

— A mochila. — sussurra. Realmente, um dos homens, o mais alto deles, tinha uma mochila com a alça pendurada em um dos braços.

— O que faremos? — pergunto baixinho. Tentando ignorar o fato de que estávamos próximos... demais um do outro.

— Eu vou correr usando a super velocidade e roubar os nossos pertences de volta. Eles nem vão saber quem o fez...

— Essa é sua ideia? — pergunto incrédula.

— O que você espera? Eles estão armados com balas de prata, cães que podem nos detectar facilmente pelo nosso cheiro e atacá-los tendo só adagas não parece uma boa ideia.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora