Capítulo 91

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Megan

Koter manteve a mão estendida por um tempo até perceber que não faria o mesmo. O sorriso social em seu rosto não vacilou quando os seus olhos se voltaram para Syc.

— Pensei que seus serviços tivessem sido encerrados? — Sua voz era suave, mas a tensão em sua mandíbula dizia outra coisa.

— Eu... Eu... encontrei a senhorita Highnorth por acaso e decidi ajudá-la em seu trabalho. — gagueja olhando nervosamente para mim. Deuses, me seguro para não revirar os olhos com tal atitude, devo lembrar de não ter Syc como parceiro de crime, em hipótese nenhuma.

— E agradeço por sua ajuda, amigo, se você puder deixar eu e o senhor... — encaro o homem ao meu lado.

— Koter, só Koter. — ele responde.

— ... Eu e senhor Koter, a sós. — volto-me para o perito. O alívio em seu rosto fora instantâneo. É melhor que ele saia antes que piore a situação para nós dois.

— Claro... Claro. Te vejo por aí — e assim ele corre para fora da tenda evitando contato com Koter que ainda ocupava uma parte da entrada. Não querendo encará-lo, virou-me para o corpo de Teodoro. Deixou a sua camisa na mesma forma em que encontrei, ele será levado para um laboratório para uma perícia minuciosa, o que tenho certeza que se encontrará adulterada no final das contas.

— Pelo visto seu pai não falou sobre mim, não tem problema, você me verá com mais frequência a parti de agora. — o grandalhão soltou. Eu não meu preocupo em responder o seu comentário. Passo a mão sobre os olhos do Teo, não por algum tipo de respeito, é só... estranho vê-las abertas. Por fim, cubro-o com a lona e removo as luvas descartando-as em um canto. Koter continuou:

— Fui o braço direito do alfa Moon e agora, serie a da futura alfa, Rubi. — a minha boca se abre antes mesmo de processar o que diria.

— Um sulista? — viro-me para ver o seu sorriso desaparecer. Apesar de alguns fios brancos nas laterais do seu cabelo o resto era inegavelmente sulista. Teodoro os odiava, é impossível imaginá-lo nomear alguém como Koter para um cargo tão importante. E aqui está ele, responsável pela investigação com a aprovação do meu pai. Devo ter acordado em algum mundo paralelo, isso era insano demais para ser verdade.

— Eu não pertenço ao sul. — disse sucinto. A sua mão serpenteia para dentro do seu sobretudo desgastado e retira uma pasta.

— Mas não é essa a conversa que temos que tratar.

Skyler

Eu deveria estar minimamente acostumada com os pesadelos que me acometeram durante esses últimos meses, mas a cada dia a experiência era mais aterrorizadora do que antes. Por sorte o meu rompante não despertou Kalel que dormia tranquilamente ao meu lado. Meu rosto estava úmido de suor, as minhas mãos tremiam incessantemente. Engolindo em seco, desço da cama tentando não fazer barulho. O quarto estava totalmente escuro, mas não era um problema para mim. Peguei o meu celular na cabeceira e saí silenciosamente do quarto.

No corredor, a escada era o único ponto iluminado, mas eu não seguiria aquela direção. No outro lado do corredor, uma porta a diretora se destacava por sua aparência antiga. Segui aquela direção abrindo a porta que dava a uma escada que levava até ao terceiro andar da mansão onde um velho quarto se encontrava. Cada degrau rangia como uma velha resmungona, era assim que Kalel a via, por isso nunca as reformou.

O cômodo era espaçoso, e a princípio fora o quarto de hóspedes até um Kalel espevitado o nomear como seu. Assim que entro, sou banhada pela luz da lua que iluminava os posters de desenhos que o pequeno Kal admirava. Alguns brinquedos de madeiras esculpidos orgulhosamente por ele e espalhadas por todos os cômodos.

Quando Kalel me apresentou esse quarto pela primeira vez, eu só consegui imaginar a nossa filha dormindo naquela cama acolchoada, sentada no chão, rodeada de brinquedos. Mas esse pensamento durou até meu companheiro relatar que quebrou quase todos os ossos das suas pernas quando se jogou da sacada, porque pensou que poderia voar. Que minha filha não puxe o pai! O fato dele ainda estar vivo depois de tudo o que fez na infância, é um mistério.

Abro as cortinas e a porta envidraçada, sendo recebida pelo ar frio da madrugada o pijama de seda não faz muito bem o trabalho de aquecer, mas eu estava acostumada a temperaturas mais baixas.

Olho para as cordilheiras brumosas. A vista das montanhas deveria ser maravilhosa pela manhã. Não poderia culpar uma criança ao imaginar alcançar o sol sobre o horizonte.

Sento com calma no chão ouvindo o som selvagem da natureza em volta, os passos distante dos guardas fazendo suas rondas. Esse foi o único local que veio à minha mente para pensar, refletir sobre minhas decisões.

Suspiro tocando em minha barriga. Mordo meus lábios quando o sinto duro como aço, ela estava com medo, ela tinha sentido tudo o que senti.

— Me perdoe. — sussurrei. — Me perdoe. — eu repeti, sabendo que não seria o suficiente para aplacar o sentimento de culpa que me dominava. O sonho fora tão vivo... um aviso, uma premonição.

Pego o meu celular e disco para a única pessoa que poderia me ajudar. Ela me atendeu no primeiro toque como se já esperasse por essa ligação.

— Skyler?

— Ou você é uma daquelas velhas excêntricas que acordam às três e meia da manhã, ou seu caldeirão mágico a alertou sobre minha ligação?

— Sou uma bruxa velha, as duas definições se encaixam perfeitamente em mim, apesar de não ter um caldeirão mágico. — solto um sorriso nasalado.

— É, você não tem um caldeirão. — Sula suspira no outro lado da linha.

— Sei que não ligou para me perguntar sobre os meus hábitos dessa velha.

— Não, não dessa vez. — passo a mão em meu rosto, apaziguando os meus nervos. — Eu... eu preciso de ajuda. — mordo meus lábios com força sentindo meus olhos lacrimejarem. Estava longe da minha natureza depender de alguém para a proteção dos que amava e muito menos do que terei que fazer, era o único plano em minha mente que poderia dar certo.

— Diga-me e irei lhe ajudar, minha menina.

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Melhor cap curto do que nada kkk :|

Até a próxima...bjs.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora