Capítulo 5

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As coisas estavam ficando cada dia mais complicadas, eu precisava começar a fazer o pré-natal e não tinha um convenio mais, o dinheiro estava quase acabando e não tinha nem ideia de quando poderia arrumar um emprego.

Isso sem falar do vizinho irritantemente sexy, que agora perturbava meus sonhos. Jack não tinha se contentado em ser apenas o vizinho safado, agora habitava em meus sonhos.

Meu único refúgio, o lugar onde eu podia esquecer toda essa bagunça da minha vida, era na internet, estava criando o habito de postar coisas do meu dia a dia no instagram, não era nada agitado, mas de uma forma estranha eu estava ganhando seguidores. Como aquilo me mantinha longe de pensar besteiras eu estava unindo o útil ao agradável.

  Mas eu precisava reagir, estava na hora de fazer algo e retomar as rédeas da minha vida. Começando por achar um hospital.

Julia tinha levado o carro para o trabalho, então eu decidi andar até o centro novamente, apenas com o GPS me mostrando o caminho até lá. Eu sempre fui péssima em seguir aquelas coisas, mas meu sinal morreu e eu tive a certeza que estava andando em uma direção diferente da que segui no outro dia.

Virei em uma rua vazia e avistei ao longe uma oficina pequena, havia dois carros estacionados ali e em um deles tinha um homem em baixo, segui o caminho até parar de frente o lugar.

— Oi, você pode me ajudar? — questionei tentando ganhar a atenção de quem quer que estivesse debaixo do carro.

Mas não tive resposta, olhei em volta o lugar, apesar da rua estar cheia de casas, não havia nenhuma viva alma na rua além daquele doido no chão que me ignorava.

— Ei! Preciso chegar ao hospital, sabe me dizer o quão longe estou? pode ao menos me responder? — gritei, mas não tive resposta nenhuma.

Eu não podia esperar por muito tempo, o dia estava quente e eu precisava resolver logo minhas coisas. Perdi a paciência com a demora dele em responder.

— Que se foda. — resmunguei e chutei sua perna antes de ir embora.

— Que merda! — ouvi o homem praguejar e eu tinha quase certeza que reconhecia aquela voz. — O que pensa que está fazendo? — rosnou puxando o corpo para fora.

Claro, só podia ser ele: Jack.

Julia tinha dito que ele era dono de uma oficina, eu deveria ter imaginado que para o tamanho da cidade não haveriam muitas por aqui.

— É você! Porque não me respondeu?

— Eu não ouvi nada, estou com fone. — se explicou virando o rosto e mostrando o aparelho sem fio enfiado no ouvido. — A que devo a honra?

Jack se levantou e apanhou uma flanela velha no bolso de trás da calça, o pano estava tão sujo que me perguntei se limparia alguma coisa com aquilo.

Não teve como evitar olhar para todas as tatuagens amostra, sem a jaqueta que ele sempre usava, a regata me deixava ver muito mais dos desenhos, tantos que se misturavam e ficava até difícil de distinguir uma da outra. Mas não podia negar que era quente de mais, era sexy de um jeito que mexia comigo.

— A honra é que eu me perdi. Estava indo para o hospital, mas meu sinal morreu e vim parar nessa rua!

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora