As palavras de Júlia ligaram um botão de pânico dentro de mim, minha mãe era a pessoa mais irritante, presunçosa, adora se meter na vida de todo mundo e é claro que na vida da filha seria bem pior.
— Calma gente, ela não pode ser tão ruim assim. — Sean falou tentando ser otimista.
Estávamos todos na sala de Jack, eu e Júlia estávamos de pé andando de um lado ao outro, até Levi que havia chegado para sair com Júlia tinha ficado por ali. Me senti culpada por atrapalhar a noite deles, mas ela insistiu em ficar e me ajudar a planejar tudo.
Tudo tinha que estar perfeito para quando dona Verônica chegasse, do contrário ela faria questão de me infernizar jogando na minha cara aquilo para o resto da vida, como vem fazendo há anos.
— Não, ela só é a cobra peçonhenta que fez a Alicia desenvolver transtorno alimentar quando era criança.
— Como é que é? — Jack gritou antes mesmo que eu conseguisse parar a boca da minha amiga.
— Júlia! — gritei censurando ela. — Isso é passado.
— Pode ser passado pra você, mas eu me lembro bem de quando você foi socorrida para o hospital, depois de vomitar mais do que deveria. — semicerrei os olhos querendo que ela parasse. — Você ficou dias no hospital e ela atuando como inocente, se fingindo de chocada como se não soubesse dos seus vômitos.
Jack me puxou no mesmo instante para o seu colo, me mantendo colocada a seu peito enquanto seus dedos invadiam meus cabelos, massageando minha nuca.
— Porque nunca me contou isso, linda? — ele perguntou baixo, em um tom que só nós dois pudéssemos ouvir.
— Detesto me lembrar disso e foi há muitos anos.
— Quero saber tudo sobre você e se essa mulher vai vir aqui tenho que conhecer um pouco dela. — ele afastou os cabelos do meu rosto que insistiam em cair nos meus olhos. — Quantos anos você tinha quando aconteceu?
Eu realmente não queria dar daquilo, mas sabia bem como esconder as coisas um do outro era horrível e seria hipócrita da minha parte querer que Jack se abrisse com o pior de sua vida e eu não fazer o mesmo.
— Tinha doze anos e passei um longo período com minha vó me levando a hospitais, terapia e etc depois disso, até que eu aprendesse a me amar como sou. — dei a história resumida. — Está tudo bem agora, estou feliz sendo a mulher que não usa número trinta e oito e sim cinquenta e seis.
— Sei que tem mais nessa história que não está me contando, vamos conversar depois. — ele enrolou os braços em volta de mim, ajudando a afastar todos os calafrios.
Jack finalmente tinha decido assumir não só nosso relacionamento, como também que me amava. Mas não pudemos nem comemorar antes que outro problema surgisse.
Minha mãe não iria aprovar nossa relação, por inúmeros fatores, a começar por ele ser lindo, um motoqueiro, por eu estar grávida e ainda tinha os bebês. Céus, eu não queria nem imaginar o show que ela daria depois de saber dos meus bebês.
— Preciso arrumar as coisas na sua casa Júlia, se ela vai chegar amanhã ainda dá tempo de fazer tudo hoje. — falei apontando pra minha amiga. — Não quero nenhuma surpresa. Vou subir e pegar algumas roupas, ela não pode nem desconfiar que estou morando com Jack.
— O que? Do que você está falando? — ele rosnou na mesma hora. — Que conversa é essa de que ela não pode saber que estamos morando juntos.
— Não é por nada amor, só quero evitar problemas e sei que dona Verônica surtaria se soubesse que estou namorando e grávida de outro...
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Segunda Chance - Concluído
Roman d'amourAlicia sempre teve que lutar muito por tudo o que quis na vida, começando com seus estudos e um lugar de destaque no trabalho. Na vida amorosa não era diferente, depois de um divórcio conturbado com um marido abusivo, ela finalmente achou que tinha...