Eu estava esparramada na cama, sem nenhuma vontade de me levantar e começar o dia. Depois da noite de ontem eu me sentia sem forças pra se quer levantar o braço. Jack tinha acabado comigo, de um jeito delicioso tinha que confessar.
Era impossível não me apaixonar ainda mais por ele quando ele me tratava como uma princesa, todo carinho e cuidado, preocupação em me fazer sentir bem, e ontem foi mais uma prova disso.
Me estiquei na cama, espreguiçando e sentindo meu corpo reclamar com preguiça.
— Bom dia dorminhoca. — ouvi a voz grossa do homem e abri apenas um olho, para encontrá-lo parado na porta, usando apenas uma samba canção e segurando algo nas costas.
— Bom dia lindo. — ergui meu tronco, me apoiando nos cotovelos. — O que está escondendo aí?
Jack sorriu andando até a cama e se sentou ao meu lado antes de tirar as mãos das costas e me estender uma venda.
Meu olhar confuso deve ter me entregado.
— Confia em mim? — ele não precisava perguntar aquilo, a resposta era óbvia.
— É claro que eu confio!
Jack se levantou e colocou a venda sobre meus olhos, antes de me puxar pela mão para que eu saísse da cama. A sensação de cegueira me fez ficar apreensiva, mas eu confiava nele, ele não me deixaria cair, nem que me machucasse.
Senti o roupão deslizar sobre meus ombros, cobrindo meu corpo nu antes que ele segurasse em minha mão, me guiando para fora do quarto.
— Vamos descer as escadas, cuidado com o degrau. — ele esperou pacientemente que eu descesse um a um.
A ansiedade do que poderia ser começou a tomar meu corpo. O que podia ser essa surpresa? Tinha tido tantas nos últimos dias, que não sabia se meu coração aguentaria mais alguma.
Quando meu pé pisou no último degrau ele nos virou para a esquerda, indo em direção a cozinha, os braços sempre em volta do meu corpo para me proteger de qualquer possível batida.
Ouvi a porta de correr se abrindo e soube que estávamos indo para o quintal. A brisa fresca soprou sobre meu corpo, mas senti o calor do sol tocar minha pele.
— Prontinho, agora senta aqui. — Jack me ajudou a sentar no balanço da varanda. — Só tire a venda quando eu disser que pode. — ouvi seus passos de afastarem e fiquei ainda mais inquieta no lugar. — Pode tirar!
Levei minhas mãos com pressa ao nó na parte de trás da cabeça e meus olhos buscaram ele assim que me estavam livres.
Minha boca caiu aberta e meus olhos se arregalaram antes de se encherem de lágrimas. Me levantei segurando no batente que circulava toda a varanda, não confiando em minhas pernas para me levarem com firmeza.
Sentia todo meu corpo estremecer em choque com a imagem a minha frente.
Jack estava ao lado de dois berços marrons, exatamente iguais, a madeira denunciava que foi aquilo que ele estava fazendo na garagem nós últimos dias. Já estavam com colchão, cobertores e todos os outros aparatos de bebês, até mesmo dois elefantinhos de pelúcia.
— Pode usar separados ou juntos. — ele arrastou os dois unindo-os pela lateral e mostrando como travar.
Levei as mãos a boca sem conseguir expressar o quanto eu estava emocionada por aquilo. Era um presente lindo e eu teria amado se fosse comprado em uma loja qualquer, mas o fato de ter sido feito por Jack, com suas próprias mãos, fez meu coração se derreter completamente, expandindo o amor que já sentia por ele.
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Segunda Chance - Concluído
RomanceAlicia sempre teve que lutar muito por tudo o que quis na vida, começando com seus estudos e um lugar de destaque no trabalho. Na vida amorosa não era diferente, depois de um divórcio conturbado com um marido abusivo, ela finalmente achou que tinha...