Capítulo 48

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Alicia tinha entrado na casa ao lado e trancado a porta, eu fiquei ali tentando assimilar como chegamos aquilo, como chegamos aquele fim.

Não foi o que eu imaginei para nós, meu sonho com ela e os bebês ainda estava vivo, marcado em mim como um lembrete do que eu queria. Mas eu não consegui impedir que ela fosse embora, não consegui impedir que ela me deixasse.

— Então é isso? Acabou? Você não vai atrás dela? Não vai lutar por ela?

— Sean perguntou quebrando aquele silêncio incomodo. — Jack, responde porra!

— Agora não, Sean. — minha voz soou fraca e derrotada, era exatamente assim que eu me sentia.

— Agora não? E quando vai ser a hora? Você deixou ela ir, Alicia está com raiva e magoada, mas ela te ama. Jack, você só tem que concertar as coisas.

Me afastei dele e deixei que meu corpo caísse no sofá, porque sabia que era verdade, eu só precisava concertar as merdas que deixei que nós afastassem, eu tinha que limpar a bagunça.

Seria hipócrita da minha parte dizer que Alicia era culpada por invadir meu espaço, muito pelo contrário, ela tinha feito isso porque se importava, porque me desejava ao seu lado e estava disposta a tudo.

Não podia recrimina-la por saber o que queria, enquanto eu me esquivava e fugia dos meus próprios sentimentos.

— Eu estraguei tudo, destrui minha chance com ela. Alicia está certa, não importa o quanto ela me ame, nada vale todo o sofrimento e incerteza que eu a fiz passar.

— Você só tem que colocar um fim nisso, se a quer mude cassete! Junte suas merdas, limpe sua vida e volte pra ela, mostrando que mudou e que está disposto a tudo para reconquistá-la.

Encarei Sean, que parecia tão certo de suas palavras.

— Como fala com tanta certeza, não me lembro de ter te visto apaixonado nenhuma vez.

— Talvez seja por isso que eu vejo as coisas com mais rapidez que vocês, seus apaixonados burros. — ele chutou minha perna, mas ficou calado, mesmo que eu sentisse que tinha algo a mais para me falar.

Olhei bem em seus olhos e ele os desviou rapidamente. Aquele não era o Sean que eu conhecia, alguma coisa me dizia que ele estava me escondendo algo.

— Desembucha. — ele se fingiu de confuso, mas eu não ia me dar por vencido, me concentrar nos problemas dos outros era me distrairia dos meus. — Anda, fala o que você está me escondendo, mas que parece estar morrendo de vontade de me contar.

— Diana me contratou algumas semanas atrás...

— Diana? Minha ex cunhada? — era a primeira vez que eu me referia a ela desse jeito, mas estava mais chocado com o fato dela ter contratado Sean. — Contratou você como garoto de programa?

— Não, me contratou como papai Noel. Que pergunta de merda, Jack! É claro que foi como garoto de programa.

Me levantei com fúria e o agarrei pelo colarinho da sua camisa. Nós tínhamos uma regra e amigos e família era fora de limites pra ele.

— Você deu seu número pra ela de propósito seu puto!

— Claro que não! Sabe que eu nunca faria isso. — ele me empurrou e tentou se recompor — A primeira vez...

— Primeira vez? Que porra é essa Sean?

— Vai me deixar falar ou vai ficar me interrompendo a cada cinco minutos?

— esperou por uma resposta, mas eu o ignorei. — Da primeira vez que ela ligou não sabia que era eu, ficou chocada quando eu cheguei no hotel, foi aí que ela descobriu que eu era garoto de programa. Nós conversamos e tratamos de esquecer o assunto, mas ela ligou de novo na agência e me requisitou.

Semicerrei meus olhos de encontro ao cretino, eu esperava que ele não falasse uma grande merda, ou iria arrancar a cabeça dele ali mesmo.

— Espero que termine com você dispensando ela e tentando colocar um pouco de juízo na cabeça dela.

O silêncio e a cara culpada dele entregaram que não era isso o que eu encontraria em sua resposta.

— Cara, eu até tentei conversar com ela e fazê-la mudar de ideia, — ele coçou a nuca e desviou os olhos para o chão. — mas quando Diana me disse que nunca tinha gozado com um homem eu precisei fazer o serviço ou parte dele.

— Que porra Sean! Isso não podia acontecer, ela é como uma irmã pra mim e você é meu primo caralho. — ele franziu o cenho e me olhou cheio de culpa. Sean entendia o porque impus que ele não fosse dar uma de prostituto com as pessoas próximas a nós. — O que acha que o pai dela vai pensar quando souber que a filha dele está pagando você por sexo?

— Ela não me pagou e graça a você e Alicia me ligando desesperada no outro dia, eu não terminei o serviço.

— Sei que vou me arrepender de perguntar, mas o que isso quer dizer?

— Que só consegui dar um orgasmo a ela com minha boca, antes que eu a fodesse devidamente fomos interrompidos.

Respirei aliviado e me joguei de volta no sofá. Ao menos tudo não estava perdido.

— Graças a Deus! E garanta que não aconteça mais nada entre vocês! — não me interessava como ele ia fazer isso acontecer, mas ele ia ter de manter as mãos longe dela.

Diana não era disso e me surpreendia muito depois de se separar do marido, ela ir atrás de um garoto de programa.

— E o que você vai fazer sobre sua mulher, senhor decidido?

Respirei fundo, sabendo que não tinha para onde fugir. Eu queria Alicia com todo meu ser, a mera ideia dela estar longe de mim, sofrendo e sozinha sem que eu possa protegê-la, me deixa doente.

Então eu precisava agir de pressa, antes que essa se tornasse uma situação permanente.

— Vou seguir seu conselho e arrumar minha vida, antes de trazê-la de volta.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora