Capítulo 44

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Um rosnado reverberou por meu corpo sem que eu pudesse me conter, a raiva se espalhando a cada nova palavra que aquela víbora soltava contra Alicia.

O que Júlia disse ontem a noite era pura verdade, Verônica não queria perder e por isso jogava todas as suas frustrações, mágoas e medos sobre Alicia, a usando como saco de pancadas.

Eu sabia que minha mulher era forte o suficiente, tinha aguentado todos esses anos com aquele ser demoníaco, mas isso acabava aqui.

— Vou chamar a polícia...

— Você nunca me deu nada, além de traumas. — Alicia falou retomando a voz e me cortando — Cansei de ser seu bode expiatório, se quiser ficar e tentar ser agradável é bem-vinda, mas se for continuar destilando seu veneno é melhor ir embora.

Ela encarava a filha com espanto, eu teria gargalhado se não estivesse fervendo de ódio.

Antes mesmo que aquela mulher pudesse dizer mais alguma coisa, Júlia gritou o nome de Verônica enquanto pisava duro atravessando o quintal.

— Escuta aqui sua megera, eu aturei suas merdas porque Alicia é minha melhor amiga e ela te ama, mas agora você vai levar uns tapas!

Encarei sem entender a confusão, Júlia foi pra cima de Veronica, mas a mulher de desviou correndo para a filha.

— Vai embora sua louca! Foi você que fez isso com a minha filha, transformou ela em uma perdida! — ela gritou se protegendo em Alicia, por um minuto eu quis empurra-la sobre Júlia e deixar que ela fizesse o serviço.

— Você não vai me escapar, vou arrancar esse seu aplique de merda e deixar sua cara tão irreconhecível que vai ter que fazer uma nova identidade! Sua cretina!

Eu nunca tinha visto Júlia daquele jeito, tão transtornada. Puxei Alicia para o meu lado, querendo protegê-la das loucuras daquelas duas.

Levi apareceu no mesmo instante, dando o fechamento para aquele circo. O que diabos tinha acontecido na casa de Júlia antes de Verônica vir até aqui?

— Júlia, já disse pra deixar isso pra lá. Não vale a pena.

— Escute a sua aberração e vá embora garota. Você já arruinou a sua vida e agora quer arruinar a da minha filha.

Aberração? Do que ela estava falando?

— Diga o quanto quiser Levi, vai valer a pena quando minha mão se chocar com a a cara dessa vadia!

Tirei as mãos dela de cima Alicia e deixei que minha mulher corresse para as escadas da varanda, ficando o mais longe possível da confusão.

— Alguém vai me dizer o que aconteceu aqui? — minha fala atraiu a atenção de todos, mas foi justo aí que Júlia conseguiu pegar a mulher.

Ela puxou a bolsa das mãos de Verônica e acertou a mulher em cheio no rosto, que cambaleou com os saltos enfiando na grama. Verônica tentou revidar socando o braço dela e tentando alcançar a blusa que ela usava.

Júlia puxou o cabelo da mulher e acertou dois tapas, um de cada lado e socou a barriga dela.

— Isso é por ter feito a vida da minha amiga inferno! — então acertou um soco no nariz da mais velha, fazendo a cabeça dela tombar para trás com a força. — E isso é por falar do meu homem!

Verônica caiu de bunda no gramado, xingando enquanto conferia se o soco havia quebrado seu nariz.

Desviei meu olhar dela, procurando por Alicia. Ela estava parada no topo da escada, com a mão na boca, chocada de mais para ter alguma reação ou falar algo.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora